A IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO - PARTE 2
- Rubens Szczerbacki
- 8 de jul. de 2021
- 19 min de leitura

A IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO
PARTE 2
A ARCA DE NOÉ
É certo que a história da Arca de Noé prefigura um tipo de arrebatamento. Alguns creem que a arca é, antes, uma figura do remanescente de Israel que será preservado da grande tribulação. Isso, porque focam no fato de que Noé e sua família habitarão após a Angústia de Jacó (grande tribulação). Mas vejo de outra forma.
Em 1Pedro 3:20, lemos: os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água. Isso não é outra forma de endossar 2Pedro 3:9: Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Tanto nos tempos de Noé quanto nos nossos dias, o caráter longânimo de Deus se faz presente! E o que disse Jesus a respeito daqueles dias?
Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá (Mt.24:37-44).
Interessante que ao dissertar sobre esse texto, percebe-se como o Arrebatamento após a grande tribulação não faz o menor sentido! Se por algum sinal, por exemplo, o Anticristo se manifestar, e então alguém perceber que está vivendo os dias da grande tribulação, não fará sentido qualquer vigilância! Basta contar nos dedos os dias que faltam para a volta do Senhor!
Tome o texto de Mateus 24:37-44. Assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem! E como foi nos dias de Noé? Lemos em Gênesis 6:11-13 que a terra estava corrompida diante de Deus e cheia de violência, pois todas as pessoas haviam se pervertido sobre a terra. Então Deus diz a Noé que era chegado o fim de todos os seres humanos, e que Ele destruiria tanto os homens quanto a terra. Noé achou graça aos olhos do Senhor (Gn.6:8).
O Senhor diz com todas as letras: - vejam, nem eu nem os anjos sabemos a hora que eu voltarei para levá-los para mim mesmo, mas tomem o exemplo dos dias de Noé. Naqueles dias a maldade do homem havia se multiplicado sobre a terra, e toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente; as pessoas viviam suas vidas dissolutas, estavam corrompidas e cheias de injustiça e crueldade. Minha vontade era destruir o homem, mas aquilo pesava no meu coração. Eu precisava guardar a família de Noé, a igreja daquela época. Noé era justo diante de mim naquela geração, assim como aqueles que serão justificados pela fé na minha ressurreição. E então disse a Noé pra fazer uma arca e dei-lhe todo o projeto. E assim foi. Noé entrou na arca e ninguém percebeu, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Ouçam, o Arrebatamento será da mesma forma! Assim, vigiem, pois do mesmo jeito que aquela geração não percebeu que Noé entrou na arca, vindo o dilúvio, ninguém sabe quando voltarei para arrebatar minha Igreja. Estejam apercebidos, santifiquem seus ouvidos para que possam ouvir o som da trombeta de Deus, pois buscarei os meus numa hora que ninguém imagina!
O que podemos concluir com base neste cenário? (1) um povo corrompido, em quantidade bem maior que os justos; (2) um homem que achou graça diante de Deus recebe um projeto de vida – a construção de uma arca; (3) o dilúvio estava preparado, mas enquanto a arca não ficasse pronta e Noé entrasse nela com sua família e animais, Deus não enviaria o dilúvio. Então, temos uma igreja protegida da ira de Deus! Interessante ler que durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra; cresceram as águas e levantaram a arca de sobre a terra (Gn.7:17). Ou seja, a igreja de Noé foi guardada da provação estando acima das águas, em uma arca sobre a terra! Por que enfatizo isso? Porque muitos dizem que quando Jesus escreveu ao anjo de Laodiceia porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (Ap.3:10), muitos acreditam que a igreja será protegida da grande tribulação, estando na terra, ou seja, preservada mas não excluída! Todavia, eu creio que a Igreja estará acima da terra [no céu] [em abrigos temporários – sucot]. A arca foi um abrigo temporário!
A VIGILÂNCIA
A pergunta é bem simples: se a Igreja estiver passando pela grande tribulação, do que ela deverá vigiar? Se ela estiver passando pelo domínio da besta e do falso profeta, quais são os cuidados que ela deverá ter? Em suma, você vigia sobre algo, para que o pior não te aconteça! Se o pior já aconteceu, vigiar não fará qualquer sentido!
Mateus 24:42-43 é uma exortação à vigilância, quando Jesus compara os dias de Noé à Sua vinda. Então, Ele nos chama a atenção para estarmos ligados, apercebidos, de olho nas coisas espirituais, pois Ele voltará numa hora em que as pessoas não estiverem fazendo cálculos mirabolantes e elaborando equações sobre a Sua volta! Esse contexto é ilustrado pela parábola dos dois servos (Mt.24:45-51), quando o Senhor introduz fidelidade e prudência à vigilância. Ele diz que confiará seus bens ao servo fiel e prudente para dar sustento à sua casa. A este, o senhor confiará seus bens. Mas se o servo pensar que o senhor está demorando, e começar a espancar os seus conservos e se embriagar com os ímpios, de repente o senhor aparecerá e lhe dará a sorte com os hipócritas. E a parábola conclui que este será lançado no inferno.
O pai de família não sabe quando vem o ladrão. Se soubesse, ficaria preparado para aquele momento, sentado em frente à porta da entrada da casa com o fuzil armado! Mas se ele não sabe a hora, mas tem certeza que ele virá, certamente tomará as devidas providências: vai pedir para a família dormir na casa da sogra, vai esconder os objetos de valor e instalar trancas especiais nas portas de casa! Ou deverá brincar de amarelinha com as crianças, caçar borboletas, deixar as joias expostas e escancarar as portas?
A parábola das dez virgens nos ensina sobre vigilância (Mt.251-13). Trata-se de dez virgens que saíram ao encontro do noivo: cinco insensatas que não levaram azeite consigo e cinco prudentes que levaram azeite. Como o noivo demorava, todas acabaram dormindo, até que ouviu-se uma voz de que o noivo se aproximava. Então elas acordaram e prepararam suas lâmpadas, mas nem todas tinha azeite para tal. As insensatas pediram azeite às prudentes que, temendo faltar-lhes, aconselharam àquelas que fossem ao mercado comprar. No entanto, enquanto as insensatas correram para comprar azeite, o noivo chegou e somente as prudentes puderam entrar com ele para as bodas. Quando as outras chegaram e pediram para que a porta fosse aberta, o noivo respondeu: não vos conheço! E a parábola termina com o alerta: Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir (Mt.25:13). A parábola, de forma inequívoca, ainda menciona as bodas (veja Ap.19:7)! Por que? Porque enquanto a terra estiver vivenciando a grande tribulação, a Igreja estará desfrutando das núpcias! Essa parábola simplesmente não se encaixa em um arrebatamento pós-tribulacional!
À semelhança de Mateus 24:32-44, Marcos se refere à parábola da figueira (Mc.13:28-37), exortando à vigilância, estarmos de sobreaviso, com foco em uma vinda inesperada do Senhor! Ora, se a Igreja estiver no meio da grande tribulação, a volta do Senhor será mais do que esperada, e não, inesperada (Mc.13:36)! É semelhante à parábola das virgens! Estai de sobreaviso, vigiai e orai porque não sabeis quando será o tempo, não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite; se ao cantar do galo ou se pela manhã. O que porém ele diz, diz a todos: vigiai! E sobre o quê deverá estar nossa vigilância, se não, sobre nossa condição espiritual? No mesmo contexto da parábola da figueira, Lucas registra: E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem (Lc.21:34-36).
Para igreja de Sardes, o Senhor avisa: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei (Ap.3:3). Eis um alerta não só a Sardes, mas a toda Igreja! É uma exortação à santificação, pois sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14)! E a ideia de ladrão ou desconhecimento sobre a Sua vinda é a mesma dos escritos acima! O Senhor não Se cansa de nos exortar a não negligenciarmos tão grande salvação (Hb.2:3). A vigilância é necessária para que não nos desviemos de Sua Palavra e possamos ouvir o som da trombeta de Deus! Ninguém vai ouvir esse soar do shofar, estando em meio a tribulações e angústias e, sim, quando o Espírito de Deus ainda estiver presente com a Igreja neste planeta! Isso me lembra Elias quando fugiu de Jezabel. O Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas numa voz calma e suave (1Rs.19:11-12)! A Igreja não vai ficar dentro de cavernas, mas Deus dirá para que Elias saia e se ponha à entrada dela (1Rs.19:13). Elias é tipo da Igreja! Assim será o Arrebatamento!
O texto de Apocalipse 16:15 é um dos mais impressionantes sobre o tema vigilância, pois no meio de um cenário catastrófico no planeta, de destruição total, no auge dos ministérios da besta e do falso profeta, no clímax da grande tribulação, entre a sexta e sétima últimas pragas, num mundo onde as águas se tornaram em sangue, de calor abrasador, em meio a guerras, armas nucleares, biológicas e químicas, destruição, fogo, fome, sede e morte, quando a volta do Senhor é iminente, surge Sua voz anunciando que Sua vinda será como a do ladrão, i.e., sem que ninguém espere. Ora, neste contexto apocalíptico, a exortação à vigilância é tão somente para que o homem não venha a passar pelos horrores da grande tribulação. A forma de advertência é a mesma dada à igreja de Laodiceia, ou seja, fala de santidade (vestes) e nudez espiritual. Imagine que a casa de um amigo pegou fogo, não sobrou nada, os bombeiros são chamados, apagam o fogo, e em meio ao trabalho de rescaldo, você se aproxima do amigo e diz: vigia! Vigia? Já está tudo destruído! Ele deveria ter vigiado antes! Essa passagem de Apocalipse 16:15 aponta para Apocalipse 7:9-17, onde muitos que não foram arrebatados, encorajados por uma mensagem que não é mais a da graça, mas de dores, tribulações e angústias, por 144 mil judeus crentes, passarão pela grande tribulação, mas lavarão suas vestes no sangue do Cordeiro! A exortação é para que não tenhamos que passar por uma segunda época ou recuperação da escola, quando a graça nos dá oportunidade de passarmos direto na matéria sem, sequer, fazermos prova final!
Tenho por fé a convicção de que quando Pedro escreve virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas (2Pe.3:10), bem como Paulo em 1Ts.5:2 (pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite), não há nenhuma incongruência. Pedro e Paulo podiam entender o Arrebatamento e a volta do Senhor, acontecimentos que têm sete anos de distância entre eles, como partes do mesmo evento. Em termos escatológicos, a expressão Dia do Senhor é abrangente: pode referir-se ao dia do Arrebatamento, ao dia de Sua volta, ao dia do Juízo Final, ou abranger todo este período do tempo do fim. É similar à questão da Primeira Ressurreição. A Bíblia fala de duas ressurreições. Daniel 12:2 diz que muitos dos que dormem no pó da terra ressurgirão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e o desprezo eterno. Em João 5:28-29 está escrito: Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida [primeira ressurreição]; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo [segunda ressurreição]. Em Apocalipse 20:4 lemos que aqueles que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos, reviveram e reinaram com Cristo por mil anos [para a vida eterna], enquanto os outros mortos não reviveram até que os mil anos se completassem [para a vergonha e o desprezo eterno]. Esta é a primeira ressurreição. Esse texto está em consonância com Daniel 12:2. Ocorre que a expressão primeira ressurreição não pode se limitar apenas às almas que foram degoladas pelo testemunho de Jesus e pela Sua palavra, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, nem receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos (Ap.20:4), no período da grande tribulação, ou seja, entre o Arrebatamento e o Dia do Senhor. Aqueles que foram arrebatados também fazem parte deste evento, pois são bem-aventurados e santos. Sobre estes não têm poder a segunda morte (Ap.20:6). Assim, devemos incluir os dois grupos de salvos, em épocas distintas, como participantes do mesmo evento!
Vamos tentar acompanhar a conversa entre Jesus e os discípulos, quando saíram do templo, unindo os textos de Mateus 24:1-51; Marcos 13:1-37 e Lucas 21:5-36.
. Um dos discípulos se encanta com a construção do templo, mas o Senhor diz que toda aquela estrutura grandiosa seria destruída.
. Eles caminham para o monte das Oliveiras e a curiosidade bate forte nos discípulos. Parece que o Senhor provoca ser questionado. Então, ao pé do ouvido, os discípulos perguntam quando que isso sucederia e qual o sinal da Sua vinda e do fim dos tempos.
. Em tom profético, Jesus alerta para que eles tomem cuidado para não serem enganados, especialmente por gente que se vai dizer ser o Cristo, que o tempo está próximo e tal. Mas Ele adverte que antes do fim dos tempos ouviriam de guerras, fomes, pestes e terremotos, coisas espantosas e grandes sinais nos céus.
. Todas estas coisas, porém, disse o Senhor, são o princípio das dores.
. (Como guerras, fomes, pestes e terremotos acontecem desde que o mundo é mundo, a diferença está no comentário de Lucas, que inclui coisas espantosas e grandes sinais nos céus).
. Então Jesus diz que os discípulos seriam entregues para serem atormentados e mortos, açoitados em sinagogas e entregues aos tribunais, conduzidos à presença de reis e governadores, odiados por todas as nações por causa de Seu Nome, num tempo em que muitos se escandalizariam e trairiam uns aos outros. Irmãos, amigos e parentes serão entregues, e matarão alguns de vós. Surgirão falsos profetas, a iniquidade se multiplicará e o amor de muitos esfriará - disse Jesus.
(Essa é uma visão profética, não para aqueles dias, mas para o período da grande tribulação. É naquele tempo que surgirão muitos falsos profetas, o amor de muitos esfriará, filhos matarão pais, e haverá um ódio jamais visto contra Israel, quando o Espírito Santo não estará mais presente na terra!).
. Mas Jesus diz que aquele que perseverar até o fim será salvo.
. (Por que? Porque perseverar significa não se deixar marcar pela marca da besta! Lucas diz que na vossa perseverança ganhareis as vossas almas.).
. Jesus ainda diz que o evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações e então virá o fim.
. (Este não é o evangelho da graça, mas será a palavra pregada pelos 144 mil israelitas, selados para este fim (Ap.7:3), durante a primeira metade da septuagésima semana de Daniel! O fim que o Senhor Se refere é à Sua volta por ocasião da batalha do Armagedom, a parousia).
. Então o Senhor discorre sobre o fim, a grande tribulação e seus sinais. O primeiro evento que lhe vem à mente é a presença da besta – a abominação da desolação – no lugar santo do templo reconstruído em Jerusalém, de quem Daniel mencionou (Dn.9:27). Ele, então, incentiva aos judeus daquela época a fugirem para os montes, à semelhança do filme Impacto Profundo[1], como se um tsunami estivesse ocorrendo em Israel. Em Ap.12:15 lemos algo que nos remete a este cenário (E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar), pois haverá uma tribulação tão grande como jamais houve desde que o mundo é mundo nem jamais haverá! Homens desmaiarão de terror. Jerusalém estará cercada de exércitos e será pisada pelos gentios (Armagedom)! Serão dias de vingança (Is.61:2; Lc.4:17-19)! Quando estas coisas começarem a acontecer, Israel, levantai as vossas cabeças e exultai porque a vossa redenção se aproxima! O reino de Deus está próximo!
. (Aqui não há qualquer dúvida de que trata-se do período da grande tribulação. Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nem os eleitos seriam salvos, mas o Senhor limitou aquele período a 1260 dias! Nesse contexto, os eleitos não são a Igreja – a Igreja já é salva – mas, sim, aqueles que vem da grande tribulação e lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, cf.Ap.7:14).
. Naqueles dias muitos se levantarão como falsos cristos e falsos profetas, e farão prodígios e maravilhas. Jesus diz que muitos vão dizer que o Messias chegou! Ele compara Sua volta como o relâmpago que sai do oriente e se mostra no ocidente, ou seja, haverá um sinal de glória inexcedível quando o Senhor voltar com os Seus santos. Imediatamente antes da volta do Senhor, a escuridão tomará conta da terra, as estrelas cairão do céu, que será abalado. Os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens com poder e grande glória.
. (O Senhor aniquilará o Anticristo com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda, cf.2Ts.2:8).
. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres (Ez.39:17-20; Ap.19:17-18). O Senhor ajuntará os Seus escolhidos e os colocará à sua direita (Mt.25:31-40).
. A PARÁBOLA DA FIGUEIRA
Quando os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.
. (Aqui fica evidente que o cenário é do final da grande tribulação, que o Armagedom é uma realidade e de que o Senhor está às portas!)
. Então o Espírito da profecia volta aos dias de Noé para falar sobre o Arrebatamento, que ocorrerá sete anos antes da volta do Senhor!
. (Não seria jamais no contexto da grande tribulação que o Senhor diria: estando dois no campo, será levado um e deixado o outro; estando duas moendo, será levada uma e deixada a outra. Este é um cenário perfeito para um arrebatamento pré-tribulacional. Ninguém pode ou deve se imaginar dormindo em meio à grande tribulação (Mc.13:36)! No meio daquele cenário de horrores, os judeus estarão clamando pelo Messias! Não será inesperadamente que o Senhor surgirá, mas naquele contexto, Sua volta será mais que suplicada e esperada, cf.Zc.12:10-11).
Agora, atentem para o texto de Lucas 21:34-36:
Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem.
Este texto nada tem a ver com o tempo da grande tribulação! Veja se alguém, em meio aos horrores das consequências dos toques das sete trombetas ou das taças da ira de Deus, estará pensando em orgias, bebedices ou preocupações com as coisas do mundo! Tudo o que ele estará pensando é em sobreviver naquele mar de tribulações! Este é um cenário para que o crente esteja atento e, muito pelo contrário, não tenha que passar por aquele período. O Arrebatamento é pré-tribulacional!
APOSTASIA ANTES DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Como disse anteriormente, a perspectiva do Arrebatamento não tem como função prioritária santificar nem purificar crentes, embora, implicitamente, haja a busca por um senso de santidade na iminência de a igreja ser arrebatada. Textos como Lc.21:36 (Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem); Rm.5:9 (Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira); 1Ts.5:9 (porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo) ou Ap.3:10 (Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam na terra) ilustram essa afirmação. A perspectiva é a de que nesta primeira fase de Sua segunda vinda, Ele venha para [buscar] a Igreja, e na segunda fase, Ele venha com a Igreja. Alguns interpretam a expressão apostasia, de 2Ts.2:3, não no sentido de afastar-se de uma crença, como em 1Tm.4:1, mas como sendo a retirada da Igreja da terra, tal como em 2Ts.2:7. Em 1Tm.4:1, lemos: Mas o Espírito diz expressamente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, atendendo a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. A expressão apostatarão da fé (gr.apostesontai – fut.ind.med.de afistemi) traduz desviar-se, cair, retirar-se, tornar-se apóstata, apostatar. O genitivo da fé indica que eles deixaram a fé, e é usado no sentido objetivo, isto é, doutrina cristã, sã doutrina (Chave Linguística no Novo Testamento Grego[2]). Já em 2Ts.2:3 (Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, a palavra apostasia traduz separação deserção (Strongs). Quando 2Tm.2:18 expõe que Himeneu e Alexandre se desviaram da verdade, não é usada a expressão apostasia, e sim, esthochesan – aor.ind.at. de astocheo. Não poderia Paulo estar recorrendo à expressão apostasia ao período logo após o arrebatamento da Igreja, um tempo em que o Espírito Santo não estará mais aqui, e que a fé deverá ser algo praticamente inoperante entre os homens, ou mesmo à retirada propriamente dita da Igreja da terra? Isso significaria que ele tinha em mente as Setenta Semanas de Daniel, quando escreveu o texto de 2Ts.2:3: (1) o Arrebatamento (apostasia); (2) a manifestação do filho da perdição (ponto central); e (3) o Dia do Senhor (o dia da vingança do nosso Deus, de Is.61:2-b), conforme esquema abaixo.
Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição (2Ts.2:3).

ARREBATAMENTO PROFETIZADO NO ANTIGO TESTAMENTO
Pois bem, parecia impossível, mas leiamos o texto de Isaías 57:1-2: Perece o justo, e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal e entra na paz; descansam no seu leito os que andam em retidão. Arrebatados, aqui, traduz o hebraico acaph, que significa reunir, receber, remover, ajuntar, coletar, juntar e levar, retirar. Talvez esse texto do Antigo Testamento seja mais explícito do que qualquer outro da Nova Aliança para explicar que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da grande tribulação!
GUARDAR DA HORA DA PROVAÇÃO
Este item é baseado no texto de Apocalipse 3:10 (Como guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da tribulação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam na terra). Os pós-tribulacionistas argumentam que a Igreja não ficará exposta à ira de Deus. Eles creem que a grande tribulação e a ira de Deus (Rm.5:9; 1Ts.5:9) são coisas distintas. Dessa forma, a passagem de Ap.3:10 não significa que a Igreja não estará presente na tribulação, mas que dela será preservada. Para o pós-tribulacionista, a primeira ressurreição só tem uma fase, que ocorrerá no início do reino milenar, não havendo intervalo entre a vinda de Jesus para a Igreja e a vinda de Jesus com a Igreja.
Quando estudamos este assunto, é necessário que uma série de temas escatológicos periféricos não sejam postos de lado. Por exemplo, aqueles que vieram da grande tribulação, e lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, sobre quem Deus estenderá o Seu tabernáculo, não é a Igreja! Estes vivenciaram a grande tribulação e passaram fome, sede e calor abrasador (Ap.7:14-16). A Igreja, como organismo espiritual e corporativo, já está lavada e remida pelo sangue de Cristo, tendo como base a fé, tendo seus membros sido batizados na Sua morte [de Cristo] (Rm.6:3). Estes, que vêm da grande tribulação, foram batizados na Sua própria morte: são aqueles que não se deixaram marcar pela marca da besta! Não há como imaginar uma Igreja escondida em abrigos, e um outro grupo de novos crentes, que vão se unindo num corpo de salvos, conforme o quinto selo, descrito em Ap.6:9-10, como sendo o mesmo! Se a Igreja estiver na terra neste período, o Espírito Santo também estará, e então o evangelho da graça poderia ter sua continuidade. Com isso, não haveria nenhuma necessidade de serem selados 144 mil israelitas! Por que eles são selados? Por que na primeira metade da 70ª. Semana de Daniel eles serão os portadores do evangelho, evangelho da tribulação, cuja mensagem não será mais a da graça, mas uma mensagem do tipo: não se deixem marcar pela marca da besta ou a volta do Senhor é iminente ou creiam no poder das duas testemunhas! Logo, o contexto de Apocalipse 7:1-8 descreve a fonte da mensagem: são os 144 mil israelitas selados para este propósito específico. Afinal, a salvação vem dos judeus, qualquer que seja a dispensação (Jo.4:22). Já Apocalipse 7:9-17 narra os frutos deste evangelismo, ou seja, a grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, trajando compridas vestes brancas e com palmas nas mãos, que estavam em pé diante do trono e perante o Cordeiro (Ap.7:9).
Assim, não faz qualquer sentido entender a expressão grega tereo, que traduz guardar, em Apocalipse 3:10, como mantendo a Igreja na terra, em bunkers contra bombas, vestindo roupas especiais contra estilhaços, contrabandeando comida e água escassas. A Igreja terá cumprido seu propósito a esta altura! É tempo de galardões e de bodas no céu! Os que vêm da grande tribulação pagaram um preço muito alto e terão seus olhos enxutos de toda lágrima, tão somente pela misericórdia e compaixão de Deus numa dispensação que não é mais a do favor imerecido! Lágrimas não fazem mais parte do escopo da Igreja! Se não fosse assim, qual o propósito do Arrebatamento? Se a grande tribulação termina no Armagedom com a volta do Senhor, com a prisão da besta e do falso profeta, que serão lançados vivos no lago de fogo, e com a prisão de Satanás, que é amarrado por mil anos, como criar um cronograma, onde em frações de segundo os mortos em Cristo ressuscitam, corpos são transformados em corpos de glória, os vivos em Cristo são transformados num abrir e piscar de olhos (1Co.15:51), à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus? E então, estando todos nas nuvens, ouvem uma voz do Senhor, dizendo: - subamos rapidinho à Nova Jerusalém, pois as bodas estão prontas, e os anjos, preparados para lhes entregar os galardões! Assim que nós casarmos, deixem os galardões nas vossas moradas e se encontrem comigo na porta da cidade, pois temos que descer para uma missão no Armagedom, pois o sexto anjo acabou de derramar a sua taça sobre o Eufrates (Ap.16:12-16)! Ou talvez fosse melhor fazer tudo isso nas nuvens, e de lá mesmo correr para Esdraelon!
Desculpem a brincadeira. Foi tão somente para efeito didático! Mas, se é para passar pela grande tribulação, qual o propósito do Arrebatamento? Ora, o arrebatamento da Igreja é um premio do Senhor à Sua noiva, uma forma de carinho, de proteção, de zelo! É uma forma do Senhor mostrar a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve (Ml.3:18). Se o Arrebatamento não for antes da grande tribulação, basta (1) a Igreja permanecer na terra; (2) os que vêm da grande tribulação, de Ap.7, se unirem ao mesmo corpo da Igreja; (3) quando o Senhor voltasse para destruir a tríade do mal no Armagedom, viria com as almas dos salvos, que encontrariam com seus corpos a serem transformados em corpos de glória; e (4) depois todos se encontrariam em Jerusalém para o julgamento das nações! Ou seja, nada faz sentido!
Por fim, atentem para o que está escrito neste versículo: Como guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da tribulação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam na terra.
É nítido que serão provados os que habitam sobre a terra! Se a Igreja será guardada da provação, é evidente que ela não estará habitando na terra!
CONCLUSÃO
Ao contrário de que muitos teólogos afirmam, de que o arrebatamento da Igreja é baseado muito mais em pressuposições subjetivas do que no ensinamento bíblico, eu não tenho qualquer dúvida, diante de tais evidências fundamentadas na Palavra, de que a Igreja não só não passará pela grande tribulação, como o Arrebatamento é iminente!
[1] Deep Impact é um filme catástrofe de ficção científicaestadunidense lançado em 1998. Foi dirigido por Mimi Leder e escrito por Bruce Joel Rubin e Michael Tolkin. [2] Fritz Rienecbker, Cleon Rogers – Ed. Vida Nova, 1988
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