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De uma vez por todas: Lei ou Graça?

  • Foto do escritor: Rubens Szczerbacki
    Rubens Szczerbacki
  • 21 de abr. de 2022
  • 14 min de leitura

Em determinado momento da vida cristã, alguém sempre questionará: a lei acabou? Temos que seguir a lei? Não estamos debaixo da graça? E assim, as discussões sobre este tema ficam muitas vezes exacerbadas e acaloradas. Afinal, lei e graça são dispensações que fazem parte de um projeto amplo de Deus para a salvação do homem. O que se questiona é se a lei passou o bastão para a graça ou se de alguma forma ambas caminham próximas. E se caminham contíguas, se estão de mãos dadas, uma ao lado da outra ou uma à frente da outra. Certamente alguém pode chegar pra você e dizer: não mato, não furto, não adultero, não olho para a vizinha com segundas intenções, honro meus pais e que tais. Dessa forma, quem pode afirmar que a lei não está vigente?

Aquele que na Bíblia é conhecido como o jovem rico (o texto refere-se a certo homem de posição), cheio de si, pergunta a Jesus o que Ele deveria fazer para herdar a vida eterna (Lc.18:18-30). Jesus diz para que ele guarde os mandamentos. Ele retruca e afirma que os têm guardado desde a mocidade, todavia, o Senhor treplica e ensina que todo aquele esforço não lhe seria suficiente. Faltava alguma coisa. A Torah será sempre insuficiente! Faltava algo que brotasse do amor e da graça, simbolizado, na narrativa, pela venda de tudo o que tinha para repartir aos pobres. Isso aponta para renúncia, exatamente o que Cristo fez por nós! E aí, sim, o jovem rico teria um tesouro no céu! Era algo a mais, mais nobre, excedente, que o Senhor exigia do jovem rico, além do zelo pela Torah! Mais do que isso, Jesus diz para que o jovem O seguisse após tal mudança de conceitos! Depois vem, e segue-me! A mente do jovem rico precisava ser transformada. É como se o Senhor dissesse: não me siga, crendo que a lei pode te justificar! Não me siga crendo que eu posso te justificar pela Torah! Você só poderá ser justificado quando eu cumprir toda a Torah na cruz, e aí sim, pela fé, poderá ser meu discípulo e me seguir! É muito forte a afirmação de Jesus, quando diz: Depois vem, e segue-me! Depois do quê? Depois que o jovem rico entendesse que o cumprimento da Torah é o amor (Rm.13:10), que a lei se cumpre num só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Gl.5:14). Essa é uma palavra muito séria. Em suma, ninguém segue a Jesus pela Torah, mas pela graça! Isso é dom de Deus!

Muitos ainda creem que a lei entregue a Moisés no Sinai permanece sendo um guia ético para se viver, visando alcançar a salvação. O que nem todos percebem é que a lei é como uma placa de aviso num parque de diversões, que te proíbe jogar o lixo no chão, mas não te diz onde está a lixeira mais próxima! Deixe, pois, o lixo no bolso da calça até momento oportuno!

Esse questionamento aparece de maneira nítida na Bíblia, em Romanos 3:31, onde o apóstolo Paulo, ensinando a respeito da justificação pela fé, pergunta: anulamos, pois, a lei, pela fé? E em sua retórica costumaz, responde: De maneira nenhuma! Antes confirmamos [estabelecemos] a lei. Ao mesmo tempo, a Palavra diz que a lei existe para os que estão debaixo dela, e que não estamos mais sob a lei, mas da graça (Rm.6:14). Fiz questão de pesquisar algumas opiniões de teólogos e professores renomados a respeito deste assunto, explicando o papel da lei e da fé no plano de Deus para a salvação do homem.

Frederick William Grant (1834-1902), professor da Escola Bíblica Plymouth Brethren, diz que anular a lei por causa da fé seria o mesmo que a semeadura de um campo demonstrar que o arado foi usado em vão!

Frank Binford Hole (1874-1964), comentarista do século passado, escreveu o seguinte: Nunca a lei foi tão honrada e estabelecida quanto na morte de Cristo. O Evangelho honra a lei por permitir que ela faça seu trabalho de despertar o conhecimento do pecado. Então o Evangelho entra em cena e faz aquilo que a lei jamais foi comissionada a fazer. O Evangelho traz justificação completa ao crente em Jesus.

Leslie M. Grant (1917-2011) registrou: A fé estabelece a lei; ela coloca a lei em seu devido lugar e concede a ela toda a sua força, considerando-a em sua absoluta severidade, justiça e inflexibilidade. Reconhece totalmente seu ministério da morte (2Co.3:7), seu ministério da condenação (2Co.3:9), e que ela condena e não poderá justificar o pecador. Portanto, a fé não pode imputar à lei o ministério da vida (2Co.3:6), o ministério da justiça (2Co. 3:9), pois esses ministérios não são pela lei de Deus, mas pela graça de Deus. (2Co.3:1-18).

William MacDonald (1917-2007), professor e teólogo da Plymouth Brethren se expressou assim: A lei exige total obediência. A pena pela quebra da lei deve ser paga, e a pena é a morte. O Evangelho mostra como Cristo morreu para pagar a pena da lei que foi transgredida. Ele não tratou a lei como algo a ser ignorado. Ele pagou completamente a dívida. Agora, qualquer um que tenha transgredido a lei pode se beneficiar do fato de que Cristo pagou a pena em seu lugar. Assim, o Evangelho da salvação pela fé honra a lei ao insistir que suas demandas sejam total e completamente atendidas.

William Kelly (1821-1906), teólogo irlandês, outro proeminente professor da Plymouth Brethren, formado na Trinity College, disse o seguinte: Seria isso a anulação da lei como princípio? Muito pelo contrário. A lei nunca teve o papel que tem o Evangelho que é proposto para a fé, quer alguém olhe para o pecador que está completamente condenado sob a lei, quer olhe para Cristo, feito maldição na cruz. Por outro lado, aqueles que querem considerar os cristãos como estando sob a lei para a regra desta não enfraquecer a autoridade deles, ensinando-os a esperar por salvação, ao mesmo tempo em que fracassam em atender as exigências da mesma lei, esses são os que não estão estabelecendo a lei, mas anulando-a.

Charles Stanley, pastor sênior da Primeira Igreja Batista em Atlanta, na Georgia, faz o seguinte comentário: Aqueles que afirmam que ainda estamos sob a lei, a tornam nula, pois ela amaldiçoa os que se encontram debaixo dela, já que não a guardam. Aqueles que estavam antes sob a lei precisaram ser redimidos de sua maldição pela morte de Jesus. Sendo assim, se as Escrituras nos colocam sob a lei novamente, então seria preciso que Jesus morresse outra vez para nos redimir da maldição da lei (Gl.3:10-13; 4:4-5). Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei (Rm.3:31). Jesus é revelado aos olhos da fé, levando a maldição da lei transgredida no lugar daqueles que se encontravam sob ela. Se isto não estabelece as reivindicações da lei de Deus, o que mais pode fazê-lo? Mas se fôssemos novamente colocados sob a lei, então suas reivindicações teriam que ser novamente estabelecidas, ou ela seria tornada nula.

John Nelson Darby, pregador anglo-irlandês (1800-1882) escreveu: Será que a fé anulou a autoridade da lei? De maneira nenhuma. A fé estabeleceu completamente a autoridade da lei, mas fez com que o homem participasse da justiça divina, ao mesmo tempo em que reconhecia sua justa e total condenação pela lei como estando sob ela - a condenação que fez com que outra justiça fosse necessária, já que de acordo com a lei, o homem não tinha justiça alguma de si mesmo. A lei exigia a justiça, mas ela apontava que havia pecado ali. Se a justiça que ela demandava não tivesse sido necessária, ao falhar em produzir tal justiça no homem, não haveria necessidade de outra justiça. Mas a fé afirmou haver tal necessidade e que era válida a condenação do homem sob a lei, ao fazer com que o crente participasse dessa outra justiça, que é de Deus. Aquilo que a lei demandava, ela não podia dar; e até mesmo por ela ter demandado isso, o homem falhou em produzir tal justiça. Se a lei lhe tivesse concedido tal justiça, a obrigação teria sido anulada. Deus age em graça, quando a obrigatoriedade da lei é totalmente mantida na condenação. Ele não anula a obrigação da lei, segundo a qual o homem está totalmente condenado, mas, ao mesmo tempo em que reconhece e afirma a justiça dessa condenação, Deus glorifica a Si mesmo, em graça, ao garantir ao homem uma justiça que é divina, quando neste [no homem] não há qualquer justiça para ser apresentada a Deus em conexão com a obrigação imposta sobre o homem pela lei. Nada jamais deu tanta sanção divina à lei como fez a morte de Cristo, que levou nossa maldição, mas não nos deixou sob ela. Portanto, a fé não anula a lei, mas estabelece sua autoridade completamente. Ela mostra o homem condenado justamente sob a lei, e mantém a autoridade da lei nessa condenação, pois considera que todos os que estão sob a lei estão sob maldição. Aquilo que é distintamente apresentado até o final do capítulo 3 de Romanos é o sangue de Cristo sendo aplicado aos pecados do velho homem, fazendo do perdão algo justo, e tornando o crente livre de seus pecados, já que estes foram purificados pelo sangue de Cristo. Isto atende plenamente a culpa do velho homem.

Dessa forma, precisamos entender os questionamentos aleatórios que invadem o meio judaico-cristão em relação a este tema. As perguntas, geralmente, são assim: temos que guardar a lei? A lei ainda está em vigor? Claro que sim! Claro que não! Essas são, invariavelmente, as únicas respostas! E se não nos aprofundarmos com base nas experiências de homens de Deus - alguns exemplificados acima - e no estudo das epístolas de Paulo, especialmente aos Romanos, aos Gálatas, a carta aos Hebreus, tal discussão vai permanecer em círculos, inconsistente, até a volta do Senhor! O que estes comentadores, professores e teólogos consagrados estão dizendo, entre tantas verdades? (1) A justificação é pela fé em Cristo, independente das obras da lei; (2) O fim da lei é Cristo (hb.ki Hamashiach sof HaTorah; gr.Telos gar nomou Cristos), para a justiça de todo aquele que crê; (3) A força do pecado é a lei; (4) Tudo o que a lei diz, aos que vivem debaixo da lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus; (5) Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado; (6) A justiça de Deus se manifesta sem a lei, testemunhada pela lei e pelos profetas; (7) A lei suscita a ira; (8) A lei sobreveio para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça; (9) O pecado não terá domínio sobre nós, pois não estamos debaixo da lei, e sim, da graça; (10) Fomos libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra; (11) A lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte; (12) O cumprimento da lei é o amor; (13) Mediante a própria lei, morremos para a lei, a fim de vivermos para Deus. Estamos crucificados com Cristo; (14) Não anulamos a graça de Deus, pois se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão; (15) Recebemos o Espírito pela pregação da fé, não pelas obras da lei; (16) Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las; (17) É evidente que pela lei ninguém é, nem será justificado diante de Deus, pois o justo viverá pela fé; (18) A lei não procede da fé, mas aquele que observar os seus preceitos, por eles viverá; (19) Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se, Ele próprio, maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro); (20) A lei foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa: Cristo; (21) Antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados para essa fé, que havia de se revelar no futuro, de maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé; (22) Cristo foi enviado para nos resgatar da maldição da lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos; (23) Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo; (24) Se somos guiados pelo Espírito, não estamos sob a lei; (25) Cristo aboliu na Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças; (26) A lei tem a sombra dos bens futuros, nunca a imagem real das coisas; (27) Se a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? E quando se muda o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança de lei; (28) Qualquer que guardar a lei e tropeçar num só ponto, torna-se culpado de todos; (29) A lei jamais aperfeiçoou qualquer coisa; (30) A letra mata, o Espírito vivifica.

Temos que obedecer à Torah? Ora, a obediência na Torah é condição para a vida, e se você não obedece a um único mandamento, o salário a ser pago é a morte (Rm.6:23)! Na graça, a obediência é consequência de uma nova natureza que forma a nova criatura, quando ela é justificada pela fé e o Espírito Santo passa a fazer morada nela! Se alguém está em Cristo, as coisas antigas já passaram, eis que tudo se fez novo (2Co.5:17). Ou seja, a obediência na lei é raiz, causa; a obediência na graça é fruto, consequência! Paulo inicia sua epístola aos romanos, narrando seu chamado para o evangelho de Deus – prometido pelos profetas no Antigo Testamento, no que concerne a Cristo como descendência de Davi, designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos – por meio do qual recebeu graça e o ministério apostólico para obediência por fé entre todos os gentios (Rm.1:1-5). Ele sabia que seria acusado por ser contrário à lei, por defender a justificação pela fé, independente da obediência à lei. Mas ele acalma os ânimos dos judaizantes, quando diz que a salvação pela graça por meio da fé não desonra a lei, todavia reafirma seu verdadeiro papel no plano de Deus ao prover uma solução para a sentença de morte devida ao pecado, através de um pagamento com base no sangue de Cristo – que a lei exigia por causa da obediência. Mais ainda, servindo como tutora até que viesse o descendente – Cristo – mostrando a total incapacidade do homem em obedecer às justas exigências de Deus e encaminhar as pessoas a Cristo, dando aos crentes a capacidade de obedecer à lei, através da fé. A obediência é fruto de uma relação entre Cristo e o crente. Nesta relação que se inicia na justificação e se estende em uma vida de santificação, o justo é perdoado quando tropeça e se arrepende, prosseguindo pelo Espírito e mergulhando no conhecimento de Deus, através de Sua Palavra. Aquele que começou a boa obra, a aperfeiçoará até o Dia de Jesus Cristo (Fp.1:6). Se ele realmente recebeu uma nova natureza de Deus, sua caminhada será de fé em fé, e seu foco é a estatura de varão perfeito, para que seja cada vez mais parecido com Cristo. Tal como Paulo escreveu aos efésios: Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef.4:13). João escreve em sua primeira epístola, que o amor em nós é aperfeiçoado, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque, qual ele é, somos nós também neste mundo (1Jo.4:17).

Assim como Ismael prefigura a lei, Isaque aponta para a graça! Gálatas 4:29-31 resume assim essa questão: Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne [Ismael] perseguia ao que nasceu segundo o Espírito [Isaque], assim também agora. Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava [Ismael] será herdeiro com o filho da livre [Isaque]. E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. Jerusalém atual e os judeus sem Cristo são como Hagar, que é escrava, assim como os filhos gerados na aliança no Sinai (Gl.4:25). Mas a Jerusalém celestial é livre, mãe de todos nós (Gl.4:26). Somos filhos da promessa como Isaque! Um é o cálice com base no fruto da vide; outro cálice é com base no sangue de Cristo! Creio que devemos seguir os passos de Cristo, quando disse por ocasião da última Páscoa, antes do Seu sacrifício, que não mais tomaria do fruto da vide, mas do sangue da Nova Aliança (Lc.22:7-23). Todavia, muitos insistem em permanecer bebendo do fruto da vide! É a lei, a tradição, o legalismo, a religião dominando as mentes e corações daqueles que rejeitam a graça! Um sacerdócio [levítico] era imperfeito, pelo qual foi entregue a lei. Como a lei jamais aperfeiçoou coisa alguma (Hb.7:19), fez-se necessário levantar outro sacerdócio, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb.7:11)!

Assim o apóstolo Paulo escreve aos filipenses: Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo [a ressurreição] alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá (Fp.3:13-15). Paulo está dizendo que as coisas relativas à lei devem ser deixadas para trás, avançando e crescendo no conhecimento do Senhor, pela graça, a fim de alcançar o alvo, qual seja, a vida eterna, pela qual sabia ser predestinado. E se alguém pensasse de maneira diferente, o Espírito seria um Mestre para dissipar dúvidas! E quantos, hoje, não pensam que a lei do pecado e da morte, ainda deva ser literalmente cumprida para se alcançar a vida eterna! O jovem rico pensou que esse era o caminho! Ouviu Jesus, ficou triste e saiu de mansinho. Quando discípulos de João Batista discutiam a respeito da purificação, disse assim: O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua (Jo.3:29-30). Jesus disse que dentre os nascidos na lei, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele (Lc.7:28). Em outras palavras, o que João Batista quis dizer para os discípulos foi: Convém que a graça cresça e que a lei diminua! E tanto é fato, que a carta aos Hebreus registra: Quando ele diz Nova [Aliança], torna antiquada a primeira [Aliança]. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer (Hb.8:13). Por que prestes a desaparecer? Porque quando de Sião vier o Libertador e toda Israel for salva, no final da grande tribulação (Zc.12:10-11; Rm.11:26-27), Israel não precisará mais se aferrar aos 613 mandamentos da Torah, que a ninguém justificam, pois passarão a crer na graça, Naquele a quem traspassaram! Judeus que hoje foram alcançados pelo Senhor nesta dispensação são remanescentes (Rm.11:5). A lei anuncia a graça! Se rejeitamos as alegres novas (Lc.1:19), viveremos como mudos espirituais; se anunciamos a graça, o Senhor é louvado (Lc.1:63-64). Zacarias que o diga! A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (Jo.1:17). Moisés, meu servo, é morto (Js.1:2); Jesus é o verdadeiro Deus e a vida eterna (1Jo.5:20). A Torah termina sua caminhada na cruz, onde a graça se inicia. A lei foi entregue a Moisés, cujo corpo o diabo disputava com Miguel. A graça é a Pessoa do próprio Senhor Jesus, que ressuscitou, onde o corpo é a Igreja, cujas portas do inferno não prevalecerão (Mt.16:18)!

A suma: a lei é abolida como aliança das obras. Quaisquer demandas espirituais só podem ser resolvidas com fundamento na Constituição espiritual mais recente: A graça e a lei do Espírito de vida! A lei é cumprida em Cristo em Sua Economia, e é destruída como jugo de escravidão, no entanto, permanece nas mãos de Cristo, em quem foi honrada, estabelecida e cumprida (Mt.5:17-18). Se a lei não fosse santa, espiritual, e seus mandamentos justos e bons, Cristo não teria pago preço tão alto! A lei não foi anulada pois, por ela, vem o conhecimento do pecado (Rm.3:20). A lei nos faz focar na cruz de Cristo! A Torah não é um fim em si mesma! Ela é parte das Escrituras, e todo o seu papel no script de Deus foi devidamente cumprido na cruz! E mediante a própria lei, morremos para a lei, a fim de vivermos para Deus. Estou crucificado com Cristo (Gl.2:19). Se eu não morro para a lei, eu não vivo para Deus! Vou repetir: Paulo disse que se não morremos para a lei, não vivemos para Deus! Façamos nossas escolhas! Pois se somos a Igreja, o Corpo de Cristo, e pela fé morremos com Ele (Rm.6:8), então em Cristo, e somente Nele, cumprimos a lei! A lei determina a condenação merecida; a graça é o favor imerecido!


 
 
 

1 則留言


thelma.laredo
2022年4月25日

Excelente 👏

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