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Lutero, entre o antissemitismo e o substitucionismo

  • Foto do escritor: Rubens Szczerbacki
    Rubens Szczerbacki
  • 29 de mar. de 2022
  • 15 min de leitura

Atualizado: 24 de abr. de 2022





ASSIM O TALMUD FALA DE JESUS

Em seu trabalho, O Talmud Desmascarado, o Reverendo russo I.B.Pranaites expõe verdades escritas no Talmud, como segue: os goiym são impuros, são animais, não homens, só diferindo dos animais na forma e se propagam como bestas; as almas dos cristãos são más e impuras; os cristãos devem ser exterminados; deve-se prejudicar os cristãos; deve-se roubar os cristãos; aos cristãos é permitido enganá-los; um judeu pode simular ser um cristão para trapacear os cristãos; os judeus devem ser prejudicados em seus negócios legais; um judeu pode mentir para condenar um cristão; um judeu pode jurar em falso com a consciência tranquila; um judeu deve enganar sempre os cristãos; não se deve ajudar uma mulher cristã durante os trabalhos de parto; não se deve prestar nenhuma ajuda a um cristão em perigo de morte; devemos matar os cristãos; os judeus batizados (cristãos) devem ser condenados à morte; deve-se matar todos os cristãos, mesmo os melhores; o judeu que mata um cristão não comete nenhum pecado, mas sim, oferece um grato sacrifício a Deus; os que matam um cristão terão um lugar elevado no céu; nenhuma solenidade, por mais solene que seja, poderá evitar a decapitação de um cristão; o único propósito de todas as ações e orações dos judeus deve ser a destruição da religião cristã. Estas são algumas leis da Mishná, a quem foi concedida o mesmo status espiritual da Torah! “O que há de surpreendente no fato de se encontrarem no Talmud alguns ataques contra Jesus? Estranho seria se fosse de outra maneira, e se temos de nos admirar de algo, seria pelo fato destes ataques não serem maiores”. [Isidore Loeb, secretário da Aliança Israelita Universal - In Revue de Études Juives, Tomo I, p.256).

ASSIM LUTERO PENSAVA A RESPEITO DOS JUDEUS

Certamente o Talmud e os ditos sobre Jesus incomodaram os pais da Igreja, como Justino o Mártir, Orígenes, Agostinho e mais tarde, Lutero. Este, diga-se, escreveu palavras absurdas, horripilantes, deploráveis e abominosas contra os judeus! Em Sobre os Judeus e Suas Mentiras (do alemão Von den Juden und ihren Lügen), tratado escrito em janeiro de 1543, Lutero defende a perseguição aos judeus, a destruição dos seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro. Lutero escreve que aqueles que continuam aderindo ao judaísmo devem ser considerados como sujeira; que eles são cheios de fezes do diabo, [ . . .] que chafurdam como um porco e que a sinagoga é uma prostituta incorrigível. Ele argumenta que as suas sinagogas e escolas devem ser incendiadas, seus livros de oração destruídos, rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas, e propriedade e dinheiro confiscados. Para Lutero, os judeus não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não devem ter nenhuma proteção legal, pois são vermes venenosos que devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de judeus, escrevendo: temos culpa em não matá-los. Lutero era feroz antissemita tendo, talvez, a extraordinária virulência de seus escritos sobre os judeus, preparado o caminho para o advento de Hitler na Alemanha do século XX. O próprio Hitler em seu Mein Kampf, considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner.

[Os judeus] Mantêm-nos prisioneiros em nosso próprio país, nos fazem trabalhar até a última gota de suor, enquanto se sentam junto à estufa, descansam, engordam, se banqueteiam, se embriagam, vivem folgadamente às custas dos bens produzidos por nós; capturam-nos e aos nossos bens por meio de sua maldita usura e ainda debocham de nós e nos cospem por termos de trabalhar para eles. (Martinho Lutero em Dos Judeus e Suas Mentiras).

Martinho Lutero ainda falou sobre os judeus: Os judeus são os verdadeiros mentirosos e cães sanguinários que perverteram e falsificaram as escrituras desde o princípio até o fim. Todo o desejo, esperança e ansiedade de seus corações, está dirigido para a época em que poderão tratar os gentios (cristãos) como trataram os gentios na Pérsia nos tempos de Ester. Como amam este livro de Ester, que tão maravilhosamente concorda com seus sanguinários, vingativos e criminosos desejos e esperanças! Jamais o sol brilhou sobre o povo mais sanguinário e vingativo do que este que imagina ser o povo de Deus, que pensa e deseja subjugar os gentios [ . . .] Deves saber, querido cristão, que depois do diabo, não tens mais duro, venenoso e violento ser do que um judeu que deseja sinceramente ser judeu [ . . .] (nas sinagogas) difamam, blasfemam, escarram sobre Cristo e todos nós.


Bem, esse jogo infernal terminou empatado, com a diferença que Jesus ensinou o seguinte: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem (Mt.5:44). Além disso, Tiago escreve: Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo (Tg.3:1).


A verdade é que na medida em que judeus se convertiam ao cristianismo, partes do Talmud eram traduzidas, e os reformadores passavam a ter ciência do que era o judaísmo talmúdico. Quanto absurdo foi escrito contra os judeus e quanta loucura foi escrita por Lutero! A imagem de Lutero ficou completamente maculada pelo seu antissemitismo! A história confirma que pouco antes de sua morte em 1546, ele chegou a pedir que ateassem fogo às sinagogas e escolas judaicas, além de afirmar que os judeus deveriam ter as casas destruídas, assim como os bens e livros religiosos apreendidos. Segundo a teóloga Margot Kässmann, Lutero foi um exemplo assustador do cristianismo antijudaico. A convocação de Lutero para incendiar as sinagogas não surtiu efeito no século 16, no entanto, em 1938, os nazistas adotaram a parte dos escritos de Lutero que era hostil aos judeus. Postas em perspectiva, as palavras do reformador ajudavam a justificar o que ficou conhecido como Noite dos Cristais (ou Reichskristallnacht), quando inúmeras sinagogas foram incendiadas. Segundo o historiador holandês Herman Johan Selderhuis, Lutero não foi sempre contra a religião judaica, mas esperava que estes se convertessem ao cristianismo, o que não aconteceu em massa. Para Selderhuis, a decepção pela não conversão dos judeus foi um dos motivos para que Lutero começasse a hostilizá-los. Suas declarações voltavam-se contra a fé dos judeus. Ele era contra a religião judaica e a recusa dos judeus de se aproximarem de Cristo, afirmava Selderhuis.

Eu penso que Lutero não conhecia o livro de Zacarias, que diz: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos (Zc.4:6). Nosso foco deve ser sempre a Palavra de Deus e a revelação do Espírito. O apóstolo Paulo deixa claro que Israel jamais deixou de fazer parte do plano de salvação de Deus! E isso é evidenciado de forma indiscutível no capítulo 11 de Romanos.


A primeira atenção a ser dada é reconhecer onde os judeus se situam nesta dispensação com relação ao projeto de Deus, e qual o plano do Senhor após o arrebatamento da Igreja. Antes, preciso dizer o seguinte: se você não crê no pré-milenismo, no pré-tribulacionismo, no dispensacionalismo, eu sugiro que você, sequer, leia Romanos 11, assim como os rabinos rasgam o capítulo 53 de Isaías! Este não é um capítulo para ser interpretado por amilenistas ou pós-milenistas, que vão defender a ideia de que a Israel de Deus (cf.Gl.6:16) é a Igreja, que Israel perdeu a chance de herdar as promessas de Abraão em Cristo porque não creram em Jesus, e outras ideias que apontam para o substitucionismo, e que deram base para o antissemitismo ao longo da história, ao menos, a partir de Agostinho no século IV. Lamentável, por exemplo, que Calvino não tenha observado ou tido a revelação de que a Sião que é mencionada em Romanos 11:26 não é a cidade que está na Israel terrena, mas sim, na celestial, como escrito em Hebreus 12:22-23 (Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados), bem como interpretado Israel de Deus, de Gálatas 6:16, como sendo a Igreja, pois trata-se dos judeus que se converteram a Cristo. Em suma, o cenário que Paulo descreve é função do hiato profético de tempo ocupado pela Igreja, que tem seu fim na plenitude dos gentios; e no período de sete anos da grande tribulação, com seu ápice na volta do Senhor, tomando como base a profecia das Setenta Semanas de Daniel, conforme lemos em Daniel 9:24-27.

Vivemos a dispensação da graça, caracterizada por uma Nova Aliança, conforme Mateus 26:28 (porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados). Antes, na dispensação da lei, tal Aliança foi feita com sangue de animais (Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras, Êx.24:8). Outrora, Israel; agora, a Igreja. O que não quer dizer que os propósitos de Deus terminaram para Israel, conforme escrevi acima, atestam os substitucionistas. Por esse motivo, é muito importante que se entenda o contexto do capítulo 11 da Carta aos Romanos.

A Igreja é formada por judeus e gentios que entregaram suas vidas a Jesus. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe [gentios] e paz também aos que estavam perto [judeus]; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito (Ef.2:14-18). Os judeus que se completaram em Cristo são a Israel de Deus, de Gálatas 6:16, ao contrário do que ministram os substitucionistas, que consideram a Igreja como tal. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem para a igreja de Deus (1Co.10:32).


Deus preparou vasos de misericórdia para Sua glória (Rm.9:23). Comentaremos a respeito em Romanos 11:30-32. O apóstolo remonta ao texto de Oséias 2:23 quando Deus diz que chamará Seu povo ao que não era assim chamado; e amada a que não era amada (Rm.9:25). No lugar em que lhes foi dito: vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo (Rm.9:26). São profecias para a Igreja! E acerca de Israel, Isaías clamava: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo (Rm.9:27, com base em Is.10:22). Pois bem, o primeiro questionamento que o apóstolo Paulo faz em Romanos 11, é se Deus rejeitou o seu povo. E quando o próprio Paulo responde, dizendo que de forma alguma, pois ele também é israelita, benjamita, da descendência de Abraão (vs.1), e corrobora tal discurso afirmando que Deus não rejeitou o Seu povo que antes conheceu (vs.2), temos a certeza de que Paulo está se referindo aos judeus como povo de Deus. Ele, então, é inspirado a tomar o discurso do profeta Elias (1Rs.19:14-18) para fazer um paralelo com judeus chamados agora de remanescentes, i.e., que neste tempo presente ficaram segundo a eleição da graça (vs.5), da mesma forma que naquela época o Senhor conservou em Israel sete mil homens que não se curvaram nem adoraram a Baal (vs.3-4). Em seguida, Paulo determina um axioma sobre a condição espiritual de tais judeus remanescentes (judeus que se converteram a Cristo nesta dispensação da graça). Ele afirma que se é pela graça que estes judeus foram escolhidos e salvos por Deus, então já não é pelas obras, ou seja, não é pela lei de Moisés ou por qualquer esforço próprio. Caso contrário, não seria pela graça (vs.6). Então ele se volta aos judeus que ainda não entregaram suas vidas a Jesus e diz que aquilo que Israel [os israelitas] buscava não o alcançou, mas os eleitos o alcançaram e os outros foram endurecidos. [Parece que a Bíblia de Lutero não trazia este versículo!]. E Paulo toma o texto de Isaías 29:10 para justificar tal endurecimento, i.e. aquilo que Israel buscava mas não alcançou [dizendo que Deus deu espírito de entorpecimento, olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até o dia de hoje (vs.7-10)].

Antes de continuarmos esta análise sucinta de Romanos 11, tenho dois comentários a fazer: (1) sem entrar em maiores detalhes sobre a questão da predestinação, a eleição de que Paulo fala em Rm.11:5-8 não pode ser pouco relevada. Percebam que uns são eleitos; outros foram endurecidos! Eleitos por quem? Endurecidos por quem? Há injustiça da parte de Deus? A resposta está em Romanos 9:11-27; (2) se a Palavra fala em judeus remanescentes, significa que o plano de Deus para os judeus e para Israel nesta dispensação da graça não é para alcançar a plenitude (gr.pleroma), como será com os gentios (vs.25). Haverá um momento no projeto de Deus em que toda Israel será salva! Isso se dará na volta do Senhor, após a grande tribulação, conforme lemos em Romanos 11:26. Este é o Dia do Senhor!

Após falar da queda espiritual de Israel, Paulo pergunta se tal tropeço é um fim supremo ou um fim subordinado, para usar expressões de Jonathan Edwards. Ou seja, ele questiona se o tropeço dos judeus não é algo com um objetivo maior, apontando para a salvação dos gentios, gerando ciúme, pois os judeus sempre se vangloriaram em serem chamados de povo escolhido de Deus (vs.11). [Lutero teve que engolir isso]! O tropeço dos judeus tinha um objetivo! Com base nessa premissa, Paulo declara de forma racional que se a queda dos judeus traz as ricas verdades para a salvação dos gentios, quanto mais a sua plenitude, i.e., quanto mais sua futura renovação espiritual quando entregarem suas vidas a Cristo (vs.12)! Em outras palavras, que o tropeço de Israel é temporário e serviu para que os gentios obtivessem a salvação. Paulo continua sua carta focando nos gentios, dos quais era apóstolo. Ele queria incitar ao ciúme os israelitas e salvar alguns deles (vs.14)! Dessa forma, o apóstolo quebrava toda e qualquer teologia substitucionista, quando correspondia o caráter santo das primícias ao da massa; da raiz aos ramos (vs.16), pois se é santa uma parte da massa que é oferecida como as primícias dos frutos, a massa toda igualmente o é; se a raiz é santa, todos os ramos também o serão! Isso significa que há um propósito de Deus para os judeus em Seu projeto, independente do fato de nesta dispensação apenas os remanescentes serem salvos! [Entendeu, Lutero?]. E a partir desse corolário, Paulo detalha o mecanismo da salvação para judeus e gentios, e exorta estes últimos da seguinte forma: Se alguns ramos [judeus] foram quebrados [tropeçaram], e tu [gentio], sendo zambujeiro [oliveira-brava, silvestre] foste enxertado no lugar deles [judeus], fazendo-se participante da raiz e da seiva da oliveira [vida], não te glories contra os ramos [naturais], isto é, contra os israelitas. Se isso acontecer, teu coração te exaltar e te gloriares contra os ramos, quero lembrar que não são vocês, gentios, que sustentam a raiz, mas a raiz a vocês. E de pouca valia será o argumento de que os ramos naturais foram quebrados para que vocês fossem enxertados. Até entendo que pela incredulidade dos judeus foram os ramos quebrados, e que vocês, pela fé, estão de pé! Mas, não se ensoberbeçam e tenham temor de Deus, pois se Ele não poupou os ramos naturais, não pouparão a vocês também! Ele é justo! Logo, se o teu espírito não testificar que você, gentio, está sendo enxertado com base na bondade de Deus, que os judeus tropeçaram porque Deus usou de severidade para com eles; e se vocês não forem humildes, permanecendo firmes na crença de que Deus tem sido bondoso para um povo que sequer era chamado de povo, tenham a certeza de que serão cortados também [Está prestando atenção, Martinho?]. Da mesma forma, assim como Deus foi bondoso com vocês, gentios, se os israelitas não permanecerem na sua incredulidade, serão enxertados, pois poderoso é o Senhor para tornar a enxertá-los! O que Deus está fazendo com vocês, poderá fazer com eles novamente! Por que não faria? Ora, se vocês, gentios, foram cortados do natural zambujeiro, e contra a natureza enxertados em oliveira legítima, quanto mais os judeus, que são ramos naturais, serão enxertados novamente na oliveira que lhes é própria (vs.17-24)!

Paulo, então, revela um mistério de relevância profética impressionante, até para que os gentios não se achem os sábios e atentos aos próprios interesses: ele afirma que esse endurecimento veio em parte sobre Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios! Só depois desta abundância de salvação entre os gentios, é que Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador [JESUS CRISTO] e desviará de Jacó [ISRAEL] as impiedades. Esta será a minha aliança com eles [judeus] quando eu tirar os seus pecados (vs.25-27). [Ficou claro, Lutero?].

E aqui quero fazer uma pausa para exaltar a Palavra de Deus e glorificar o Nome do Senhor. Todas as profecias do Antigo Testamento que apontam para a volta de Jesus e para a salvação de Israel se encaixam perfeitamente neste cenário de Romanos 11. Sem entrar em estudos aprofundados, pois não é o objetivo aqui, afirmo que a profecia referente às Setenta Semanas de Daniel é perfeita e plenamente compatível com esse contexto de Romanos 11. Tal profecia (Dn.9:24-27) alude a um período de 70 semanas de anos, que correspondem a 490 anos, resumidos da seguinte forma:

Estão decretados 490 sobre o povo judeu e sobre Jerusalém, para que os seus pecados sejam expiados, para trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia e para ungir o santíssimo. Desde a autorização concedida por Artaxerxes Longímano para que Neemias retornasse e reconstruísse os muros de Jerusalém [que será reconstruída com lutas e em tempos difíceis] até o dia em que Jesus entrou em Jerusalém para ser aclamado rei de Israel, terão passados 483 anos. Dois eventos ocorrerão após Jesus ser proclamado rei de Israel, isto é, decorridos 483 anos: o Messias será crucificado e o exército romano de Tito destruirá Jerusalém e o templo [o que ocorreu no ano 70 d.C., i.e., 38 anos após a cruz de Cristo]. E o Anticristo fará um pacto à força com os judeus por 7 anos; e após 3 anos e meio romperá este pacto, substituindo o holocausto contínuo por algo abominável aos judeus, onde ele estará reinando, querendo ser adorado como deus, até que ele seja totalmente destruído.


Estamos vivendo em termos proféticos uma lacuna de 2 dias, que se encerrará quando Deus acionar Seu relógio profético. Isso se dará no Arrebatamento. Já se passaram 483 anos! A profecia foi interrompida, faltando uma semana de anos, ou seja, 7 anos para sua conclusão! Por que foi interrompida? Porque a transgressão não cessou em Israel, os pecados permanecem, a iniquidade ainda não foi expiada, a justiça eterna [Jesus Cristo] ainda não foi estabelecida, a profecia e a visão ainda não foram seladas, nem o Santo dos Santos [Jesus Cristo] foi ungido! Isso está detalhado em Daniel 9:24! Então, estamos falando de uma profecia descontinuada. Tal lacuna de 2 dias é o tempo da Igreja, tempo para que entre a plenitude dos gentios, conforme lemos em Rm.11:25. Quando Deus determinar aquilo que Ele considera a pleroma dos gentios, então Ele acionará Seu cronômetro, a Igreja será arrebatada, e os 7 anos restantes acontecerão conforme a profecia. Este é o período da grande tribulação (Dn.12:1; Mt.24:21; Ap.7:14). No final destes 7 anos, virá de Sião o Libertador e desviará de Jacó as impiedades (Rm.11:26), cumprindo Daniel 9:24! Este é o Armagedom! E então toda Israel será salva! Por isso reafirmo que nesta dispensação da graça, só os remanescentes serão salvos! Essa é a Palavra que também é confirmada em Zacarias 12:10-11: E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido.

Esta é aliança que Deus fará com Israel quando tirar os seus pecados, que lemos em Romanos 11:27! Este é o cumprimento da narrativa profética de Hebreus 8:10-12: Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei.

No final de Romanos 11, Paulo expõe aos gentios o plano perfeito de Deus, na forma: Amados, quanto ao evangelho, os israelitas são inimigos por causa de vocês, mas como falei, foi o próprio Senhor quem criou essa inimizade para que vocês, que estavam longe, pudessem ter acesso à misericórdia de Deus; mas não se esqueçam que Deus não rejeitou o Seu povo (Rm.11:1), que desde os patriarcas, são eleitos! E sabemos que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, sem arrependimento (vs.29)! Dessa forma, o plano com base na misericórdia de Deus para os judeus e para os gentios assim se resume:

Vocês, gentios, antigamente foram desobedientes a Deus, mas pela Sua graça alcançaram misericórdia por causa da desobediência dos judeus. Da mesma forma, os judeus, agora, nesta dispensação, foram desobedientes e incrédulos para que, da mesma forma que vocês alcançaram misericórdia, eles também possam alcançar, pois na realidade, em Seu projeto de graça e compaixão, Deus colocou todos vocês debaixo da desobediência, pois Seu propósito era usar de misericórdia para com todos, judeus e gentios (vs.30-32)!

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém (Rm.11:33-36)!

Afora algumas ironias acima escritas, tenho pra mim que a Bíblia de Lutero tinha alguns defeitos de gráfica: possivelmente nela não deveriam constar este capítulo 11 da Carta aos Romanos, nem os versículos que falam do amor ao próximo! Lutero já se foi. Vamos focar no seu legado: a graça da justificação pela fé! Pois se a nossa justiça não exceder a de escribas e fariseus, de modo algum entraremos no Reino de Deus (Mt.5:20): Por Cristo, perdoemo-lo de coração.

 
 
 

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