A Ineficácia do Talmud - Parte I
- Rubens Szczerbacki
- 22 de out. de 2020
- 13 min de leitura
Estudei 15 anos numa escola israelita no Rio de Janeiro, onde passei momentos que até hoje, passados quase 50 anos que saí de lá, ainda ecoam em mim: Colégio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem. O Scholem! Um baita colégio em todos os sentidos! Só quem lá estudou pode confirmar o que digo! Numa época em que a Tijuca tinha o Colégio Hebreu Brasileiro e o Talmud-Torah Hertzlia como opções que enfatizavam a religião, e a zona sul do Rio abarcava o Max Nordau, Eliezer Steinberg, A. Liessin e Barilan, o Scholem era visionário e nada religioso! A maioria de seus conselheiros era formada de judeus progressistas, ateus e comunistas! E cito meu próprio pai como exemplo. Então, nada de Deus, de religião e muito pouco de judaísmo!
Aprendíamos o Ídiche, Ídiche Gueschichte (história judaica) e apenas noções de hebraico, sem qualquer conotação bíblica ou religiosa. Nunca se ouviu falar em Torá, muito menos em Talmud! Não faziam parte do currículo escolar! Ensinar ou falar sobre Deus jamais tiveram grande relevância ali, e sim, a vida secular e política. Meus colegas são testemunhas! Na realidade, ficávamos zombando daqueles que estudavam em outros colégios, que em plena olimpíada intercolegial, jogavam de quipá ou eram proibidos de competir no Shabbat! A propósito, quando o assunto era olimpíada intercolegial, não tinha pra ninguém!
Dessa forma, eu nunca entendi muito bem a questão do judaísmo ou o real significado da Torá ou do Talmud. Minha avó materna acendia as velas no Shabbat e isso era tudo o que me lembro de judaísmo em minha família. Só sabia que eu era judeu, nasci judeu, a grande maioria dos meus amigos eram judeus, bem como as meninas que namorei na juventude. Judaísmo se limitava a Berith-Milá e Bar-Mitzvá. E chega! Verdade que também havia aquele orgulho enrustido na mente, especialmente quando os olhos focavam Israel, o Tsahal[1] e o Mossad[2]. Sinagoga, só meia hora no ano, no Yom Kipur! E viva os feriados de Pessach, Purim, Rosh Hashaná, Sucot, Chanuká, que nos deixavam dormir até mais tarde! Eram feriados para nós, judeus! Nada de Shabbat, nem mesmo Shabbat Shalom!
Assim, saímos do Scholem sabendo nada de Torá ou Talmud, de Mishná ou Guemará, de Tanach ou qualquer forma de judaísmo. O que importava como judeu era o resgate em Entebbe (1976), as vitórias na guerra dos Seis Dias (1967) ou na guerra do Yom Kipur (1973), tudo que pudesse exacerbar o nosso orgulho por sermos judeus! O fato que nos unia e encarnava esse judaísmo mais cardiológico e menos teológico era proveniente dos efeitos do Holocausto. Eram nossos bisavós que morreram em campos de extermínio na Europa, cujos nossos avós (filhos destes) puderam chegar ao Brasil antes de 1933 e fincar raízes aqui. Assim, reuniões, comunidades e escolas judaicas se formavam sob o peso trágico da guerra e do judaísmo progressista que se instalou no país entre os judeus. E não havia outro espírito, além de manter-se unidos para preservação da religião (para alguns) ou da raça (para outros, embora o DNA não defina ninguém como judeu).
Não sou religioso, muito menos rabino, mas resolvi estudar um pouquinho, diga-se, superficialmente, essa questão do judaísmo, à luz da Bíblia Hebraica.
Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires
[ . . . ] Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva [. . . ] Porque esta palavra não é para vós outros coisa vã; antes, é a vossa vida; e, por esta mesma palavra, prolongareis os dias na terra à qual, passando o Jordão, ides para a possuir[3].
De qual palavra estaria Moisés se referindo, se não a Torá? Mas os rabinos dizem que o judaísmo é baseado no Talmud! Afinal, o que devo estudar e aprender para me sentir e agir como judeu que sou?
Por que precisaríamos de uma lei oral, além da lei escrita? Qual o sentido prático dessa lei? Isso foi uma ordenança de Deus? Qual a origem e a motivação desta lei oral? Foi realmente Deus quem a deu a Moisés no Sinai? Como foi que os judeus passaram a encará-la como tendo a mesma autoridade, a mesma canonicidade que a Torá? E por que, motivo, tendo iniciado como uma lei oral, terminou sendo escrita também?
A lei de Moisés fornecia os fundamentos para Israel adorar a Deus como nação. É certo que nem tudo precisava, necessariamente, ser detalhado nos mínimos detalhes. Isso não teria fim e só geraria paranoia! Por exemplo, a lei dizia para guardar o dia de sábado para o santificar, sendo proibido trabalhar neste dia[4]. Ora, o fato de santificarmos o sábado [dando primazia à adoração a Deus] e não pensarmos em nós mesmos neste dia [colocando produção e ganhos em segundo lugar] deveria nos impedir de ajudar o próximo que estivesse precisando de algo urgente? Isso não poderia se transformar em uma porta aberta à hipocrisia de religiosos! Pois, para que serve uma religião se ela não prioriza o amor ao próximo, a fé, a misericórdia, a esperança e a graça de Deus?
E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus. O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?[5]
Ou seja, um Deus que nos dá gratuitamente riquezas dos Seus tesouros de sabedoria, não nos revelaria e nos daria discernimento para entendermos a partir da lei escrita, a melhor forma de obedecer a Seus mandamentos? Será que esse Deus nos daria algo incompleto ou demasiadamente difícil de ser cumprido, ou seja, uma lei que somente os cultos e os dotados de inteligência e entendimento acima da média teriam capacidade de entender? Mais do que isso, esse entendimento seria a nível intelectual, e não espiritual? A promessa, como profetizou Isaías, não se limitava a ouvir Sua voz e obedecê-Lo para comermos o melhor dessa terra[6]?
Alguns religiosos no Shabbat não se dispõem a cortar um pedaço de papel higiênico para suas necessidades pessoais - deixa-se preparado para eventualidades no dia anterior! Nem tampouco um botão de um elevador pode ser pressionado, pois assim estariam infringindo a lei de Deus! E fazendo isso, julgam estar fazendo a vontade de Deus e condenam os que não praticam! Era essa paranoia que Deus previu para Seu povo? Mas que Deus complicado e difícil é esse! Regra sobre regra? Preceito sobre preceito?
Onde está a base para crermos que a lei oral é a Palavra complementar de Deus, como dizem alguns rabinos, ou que a Torá precisa ser atenuada pelo Talmud? Qual o Seu fundamento? Não há qualquer indício na Torá de que Deus teria escolhido sábios para explicar Sua Palavra aos incultos ou para que a interpretação da Torá fosse única ou ainda que Deus tivesse dado uma lei incompleta, que precisaria de homens sábios[7] e entendidos para detalhá-la e completá-la. Sábios na Torá eram os homens a quem Deus deu habilidade para trabalharem com Bezalel e Aoliabe para a obra do serviço do templo[8]; ou homens inteligentes e experimentados, escolhidos de cada tribo para serem colocados como cabeças, a fim de ajudar Moisés a julgar as demandas que surgiam no dia a dia[9]!
Por outro lado, como dizem alguns, qual o sentido de se cooptar sábios para ensinar algo, motivados pela ideia de que a Torá poderia ser absorvida por algum outro povo da terra, enquanto eles pensavam em algo exclusivo, peculiar, para si mesmos, sem que ninguém mais pudesse ter acesso? Como fica o Espírito de Deus diante dos sábios? Submisso a eles? Parece que a verdade de Deus precisou ser atestada pelos sábios para ser verdade! E isso não tem outro nome, se não, corrupção! O homem deixou de ser imagem e semelhança de Deus! Sutilmente, Deus passou a ser imagem e semelhança dos sábios judeus!
A Torá relata que o povo se dispôs a cumprir as leis e os mandamentos que Deus determinou a Moisés! O pacto de Deus com Israel foi baseado nos escritos da Torá[10]! Em lugar algum as Escrituras mencionam a existência de uma lei oral! Durante as gerações, detalhes da Torá foram sendo transmitidos de pai para filho e a tradição foi tomando um corpo monstruoso, que não serve, senão, para criar tradições e costumes no judaísmo e anular a Palavra de Deus!
É certo que a lei de Moisés claramente delegou a autoridade e a instrução religiosa principal aos sacerdotes, os descendentes de Arão[11]. No entanto, ao longo dos séculos, alguns sacerdotes tornaram-se infiéis e corruptos[12]. No segundo século a.C., os fariseus - uma nova facção dentro do judaísmo, que não confiava nos sacerdotes - começaram a instituir tradições que permitiam ao judeu comum considerar-se tão santo quanto o sacerdote! Essas tradições agradavam a muitos, mas representavam um inaceitável acréscimo à Lei[13]. Os fariseus tornaram-se os novos detentores da Lei, fazendo o trabalho que, do ponto de vista deles, os sacerdotes não estavam fazendo. Já que a Lei não lhes concedia autoridade, eles desenvolveram novos métodos de interpretação das Escrituras por meio de alusões misteriosas e de outros métodos que aparentemente apoiavam seus conceitos! Como principais guardiães e promotores dessas tradições, criaram uma nova base de autoridade em Israel. Por volta do primeiro século d.C., os fariseus tornaram-se uma força dominante no judaísmo.
A questão passou a ser de canonicidade. À medida que reuniam as tradições orais existentes e procuravam implicações nas Escrituras para estabelecer mais tradições, os fariseus viram que era necessário dar maior autoridade às suas atividades. Desenvolveu-se um novo conceito sobre a origem dessas tradições. Os rabinos começaram a ensinar: Moisés recebeu a Torá no Sinai e a deu a Josué, Josué aos anciãos, e os anciãos aos profetas. E os profetas passaram-na para os homens da grande assembleia[14]. Simples assim, segundo eles!
Assim, ao dizerem que Moisés recebeu a Torá, os rabinos não se referiam apenas às leis escritas, mas a todas as suas próprias tradições orais! Afirmavam que essas tradições foram dadas por Deus a Moisés no monte Sinai! Ensinavam ainda que Deus não havia deixado a critério do homem esclarecer detalhes, mas que Ele havia definido oralmente o que não tinha sido incluído na lei escrita! De acordo com eles, Moisés transmitiu essa lei oral através das gerações, não aos sacerdotes, mas a outros líderes. Os próprios fariseus afirmavam serem os herdeiros naturais dessa seqüência de autoridade. Dessa forma, uma premissa foi criada para autenticar a lei oral e institucionalizar definitivamente os perushim[15].
Ocorre que após a destruição do templo pelos romanos, em 70 d.C., não era mais possível cumprir os requisitos da lei de Moisés que envolviam os sacrifícios e o serviço sacerdotal. Era o fim da lei cerimonial. Deus havia estabelecido um novo pacto com base no sacrifício de Cristo[16], pois o pacto da lei havia chegado ao fim[17]! Em vez de encararem esses eventos como prova de que Jesus era o Messias, os fariseus encontraram outra solução. Eles já haviam usurpado grande parte da autoridade do sacerdócio. E assim, o Tanach cada vez ficava mais longe do judaísmo que se iniciou no Sinai! Os fariseus esvaziaram o Tanach! Como conciliar as leis cerimoniais, sem um templo físico, sem entender que Yeshua era o templo que seria reconstruído?
Jesus lhes respondeu: Destruí este templo, e, em três dias, Eu o levantarei[18].
O Messias tinha sido rejeitado e o templo estava em ruínas, mas com a preservação da lei oral por escrito, na forma da Mishná, iniciou-se uma nova era no judaísmo.
O Talmud é o documento de formação do judaísmo rabínico no fim da Antiguidade. Trata-se de uma extensa compilação da Lei Oral (Torá Shebealpeh), enquanto a Torá é a Lei Escrita (Torá Shebikhtav). Em outras palavras, é a interpretação oral da lei escrita preservada anteriormente apenas na memória e transmitida oralmente.
O conhecido reformador judeu Abraham Geiger declarou, no século XIX, que o Talmud era um colosso desajeitado que precisava ser derrubado. E na definição de algumas feministas judias, trata-se de um gigantesco monumento de discriminação e de submissão da mulher. Não são todas as correntes judaicas que o aceitam na íntegra, algumas o reinterpretam a luz da mentalidade contemporânea, sendo que outras o rejeitam por completo[19], como os caraítas[20], por exemplo.
A escola rabínica de Yavné[21], conhecida como Jamnia durante o período romano, tornou-se o centro reorganizado do Sinédrio - a suprema corte judaica. Sob a liderança de Johanan ben Zakkai e Gamaliel II, o judaísmo foi completamente reestruturado. Os ofícios na sinagoga, sob o comando dos rabinos, substituíram a adoração no templo, supervisionado pelos sacerdotes. Orações, especialmente as que eram feitas no Yom Kipur, substituíram os sacrifícios. Os fariseus argumentavam que essas coisas, pasmem, já estavam previstas e estipuladas na lei oral dada a Moisés no Sinai! Onde? Eu não sei! Como duvidar ou contra-argumentar? A verdade passou a ser estabelecida e atestada somente pelos sábios! Os sábios autorizaram a troca do sangue como expiação pela vida[22]por orações feitas no Yom Kipur! Assim, aos poucos, a Torá estava se tornando caduca, e um novo judaísmo formava-se sob bases diferentes! A primeira tinha o Deus de Israel e Seu Espírito como inspiração; a outra, se inspirava na sabedoria, no esforço e no conhecimento humano e secular.
As yeshivót (escolas rabínicas) ganharam mais destaque. Seu currículo principal incluía intensa discussão, memorização e aplicação da lei oral. Anteriormente, a base para a lei oral estava relacionada com a interpretação das Escrituras - Mishná. Agora, as sempre crescentes tradições que se estavam acumulando começavam a ser ensinadas e organizadas de forma separada. Cada norma da lei oral era resumida em frases curtas, de fácil memorização e frequentemente musicadas. As muitas academias rabínicas e as crescentes normas rabínicas criaram um novo problema, explicado pelo recém falecido rabino Adin Steinsaltz[23]:
Cada instrutor tinha seu próprio método e fraseava as normas orais de acordo com seu estilo pessoal, único. Não bastava mais estar familiarizado com os ensinos de seu próprio mentor, pois o estudante era obrigado a familiarizar-se com o trabalho de outros eruditos. Assim, os estudantes eram obrigados a memorizar enormes quantidades de matéria por causa da explosão de conhecimento. Nesse oceano de informações desordenadas, a memória do estudante era forçada até o limite.
No século II d.C, a rebelião dos judeus contra Roma, liderada por Bar Kokhba[24], levou à intensa perseguição dos eruditos rabínicos. Rabi Akiba[25], o rabino principal, que havia apoiado Bar Kokhba e muitos eruditos importantes, foram mortos. Os rabinos temiam que a perseguição prolongada colocasse em perigo a própria existência de sua lei oral. Eles acreditavam que as tradições eram melhor transmitidas oralmente, do mestre para o discípulo, mas essas mudanças das circunstâncias os levaram a esforçar-se ainda mais para desenvolver uma estrutura organizada, a fim de preservar os ensinos dos sábios, temendo que fossem esquecidos para sempre.
Durante um posterior período de relativa paz com Roma, Yehuda HaNasi, principal rabino do final do segundo e início do terceiro século d.C., reuniu inúmeros eruditos e editou enormes quantidades de tradições orais num sistema organizado composto de seis Ordens, cada uma subdividida em tratados menores - 63 ao todo. Terminou sua obra no ano de 189 d.C.. Debates foram compilados entre os anos 70 e 200 d.C. por um grupo de rabinos conhecidos como Tanaim[26]. Esse trabalho tornou-se conhecido como Mishná.
A gente tem a impressão inicial de começar a participar numa longa conversa sobre assuntos que nunca consegue entender . . . Sente-se . . . como se estivesse na sala de espera de um aeroporto longínquo: consegue entender as palavras, mas fica perplexo com o que as pessoas querem dizer, com seus interesses e, acima de tudo, com o tom de urgência em sua voz.
É assim que o erudito judeu Jacob Neusner descreve os possíveis sentimentos da pessoa que lê a Mishná pela primeira vez. Neusner acrescenta: A Mishná não começa em lugar nenhum. Termina abruptamente.[27]
O primeiro grande princípio é que o conjunto da Torá é reconhecido como normativo, como uma testemunha qualificada da verdade. É indiscutível que a Torá é a Palavra de Deus, portanto, a única revelação, expressão de uma vontade divina a ser realizada e obedecida, que foi comunicada inicialmente a Moisés e em seguida transmitida aos profetas. A Torá é uma obra completa em si mesma, por isso nela não há nem antes nem depois, nem nada nela que possa ser acrescido ou retirado. A Torá se explica pela Torá. É para todos os tempos e gerações, consequentemente, tudo está contido na Torá. Deus e a Torá se fundem numa mesma Entidade!
Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando[28].
À medida que a Torá constituiu-se no elemento central do judaísmo, passando a orientar os diversos aspectos da vida do povo, esta foi aplicadamente lida, meditada, interpretada, comentada e atualizada em vista da prática cotidiana. Deste modo, progressivamente, ela se tornou objeto de investigação (Midrash[29]), cuja intensidade compreende-se apenas se é realmente a Deus que se busca por meio da Sua Palavra.
Os judeus do Talmud[30]dizem que este trabalho define e dá forma ao judaísmo, dando consistência a todas as leis, costumes e rituais judaicos. Enquanto o Chumash[31] apenas alude aos mandamentos, o Talmud os explica, discute e esclarece. Dizem que sem o Talmud, a Torá seria impossível de ser entendida e suas leis e mandamentos não poderiam ser cumpridos, não existindo, consequentemente, o judaísmo!
Também afirmam que outras religiões adotaram o texto da Torá Escrita[32], traduzindo-a de forma errada (??), adicionando ou removendo partes da mesma e a interpretando de forma proibida (??) pelo judaísmo! Ou seja, é o Talmud o verdadeiro divisor de águas, o texto sagrado que diferencia os judeus das outras nações do mundo! Para os judeus talmúdicos, a Torá sozinha não se sustenta!
Ora, se tudo não se inicia exatamente com um pensamento elitista que precisa criar diferenças, isolamento, exacerbação de orgulho, como se a Torá não fosse perfeita e contivesse fragilidades, acepções ou limitações! Pois se ela não é perfeita, o Deus que a inspirou também não O é! Assim, o homem invade o projeto de Deus, sem Sua anuência, como se pudesse aperfeiçoá-lo! Parece que Deus, o Senhor Deus, o Guarda de Israel, dormitou[33]!
[1] Exército israelense. [2] Serviço secreto de Israel. [3] Dt.30:14; 32:2; 47 [4] Ex.20:8-10; Dt.5:12-14 [5] Lc.13:11-16 [6] Is.1:19 [7] Hb. Chakam [8] Êx.35:30-36:1 [9] Dt.17:8-11 [10] Ex.34:27 [11] Lv.10:8-11; Dt.24:8; 2Cr.26:16-20; Ml.2:7 [12] 1Sm.2:12-17; 22-29; Jr.5:31; Ml.2:8-9 [13] Dt.4:2; 12:32 [14] Avot 1:1 - Mishná [15] Fariseus. Significa aqueles que se afastaram, que se separaram. [16] Lc.22:20 [17] Hb.8:7-13 [18] Jo.2;19 [19] Octávio da Cunha Botelho (Jesus no Talmude - 2016) [20] Judeus que seguem unicamente a Torá escrita, rejeitando a lei oral, a Mishná e o Talmud (bnei mikrá -seguidores das Escrituras), [21] Cidade situada a 40 km de Jerusalém. [22] Lv.17:11 [23] Fonte: Internet [24] Líder judeu, que comandou a terceira revolta judaica contra o Império Romano, ocorrida de 132 a 135. Essa rebelião ficou conhecida como Revolta de Barcoquebas. [25] Akiva ben Yosef (c. 40 – c. 135) foi um tanaíta hebreu que introduziu um novo método de interpretação da lei oral (Halachá) que veio a se tornar a Mishná. [26] Rabinos que elaboraram a Mishná. Os Amoraim são os rabinos da Guemará. [27] Fonte: Internet [28] Dt.4:2 [29] Comentário judaico rabínico da Bíblia Hebraica (Tanach) e do Talmud. Há o Midrash haláchico que pretende explicar o significado mais profundo da Lei, e o Midrash hagádico, que são as interpretações homiléticas e devocionais das Escrituras. [30] Existem duas versões do Talmud: o de Jerusalém (Talmud Yerushalmi) e o da Babilônia (Talmud Bavli), ambos redigidos por volta do século V d.C.. O Talmud babilônico é uma coleção de opiniões rabínicas, escrita entre os séculos III e V na Babilônia (atual Iraque) e em Israel. É importante mencionar que quando as pessoas falam no Talmud, geralmente estão se referindo ao Babilônico. No entanto, há outro que foi escrito em Israel. Conhecido como Talmud Yerushalmi, foi revisado pelo Rabi Yochanan 300 anos após a destruição do Segundo Templo. [31] O Pentateuco. Os cinco livros de Moisés. [32] Torá she-bichtav [33] Sl.121

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