Sucot e o Arrebatamento da Igreja
- Rubens Szczerbacki
- 20 de set. de 2021
- 10 min de leitura

Gente, o primeiro detalhe importante que devemos atentar quando falamos de Sucot é o caráter da festa. Precisamos entender que a Torá tem a sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas (Hb.10:1). No Tanach estão descritos alguns textos interessantes onde se encontram as expressões sucá e sucot. Por exemplo:
Acharam escrito na Lei que o SENHOR ordenara por intermédio de Moisés que os filhos de Israel habitassem em cabanas, durante a festa do sétimo mês; que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveiras, ramos de zambujeiros, ramos de murtas, ramos de palmeiras e ramos de árvores frondosas, para fazer cabanas, como está escrito (Ne.8:14-15).
Então, Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade, e ali fez uma cabana, e se assentou debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade (Jn.4:5).
Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas (2Sm.11:11).
O livro de Levítico (Lv.23:33-44) ensina que a festa dos tabernáculos (hb. Sucot) é uma festa de sete dias que deve ser comemorada do 15° ao 21° dia do sétimo mês (Tishri). Sucot traduz literalmente abrigos temporários ou provisórios. É uma festa de sete dias, cujo oitavo dia, tal qual o primeiro, seriam de santa convocação! E também dias de descanso! Uma festa de sete dias, cujo oitavo dia seria de santa convocação! Parece estranho, não? Uma festa de sete dias, que se estende ao oitavo dia!
Para entendermos o contexto de Sucot precisamos entender o que significa Shalosh Regalim, que se traduz por festas peregrinas. Estamos falando de três festas peregrinas, conforme Dt.16:16!
Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o senhor, teu Deus, no lugar que escolher, na festa dos pães asmos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos; porém não aparecerá de mãos vazias perante o senhor.
Assim, estamos aludindo a festas comemoradas na terra, com celebrações espirituais, proféticas, celestiais! E o maior exemplo disso é encontrado no evangelho de João, no contexto de uma festa de tabernáculos:
E estava próxima a festa dos judeus chamada de festa dos tabernáculos (Jo.7:2).
Subi vós a esta festa; eu não subo ainda a esta festa, porque não é chegado o meu tempo (Jo.7:8).
A palavra grega para SUBI VÓS é anabaino, que significa subir, ascender (ascender ao cargo de chefe, ascender ao segundo andar, ao primeiro escalão, ascender aos céus!). É evidente que quando Jesus disse: subi vós, Seu espírito tinha em mente não a Jerusalém terrena, mas a Jerusalém celestial! Tanto é que na sequência do contexto, o evangelho de João diz: depois que seus irmãos subiram à festa, ele foi também, não publicamente, mas em oculto (Jo.7:9).
Ora, se Pêssach foi cumprido em 14 de Nisã, e Shavuot se cumpriu 50 dias depois (6 de Sivan), certamente ainda está faltando uma festa que começa em 15 de Tishri. Se Pêssach significa a libertação de Israel, prefigurada pelo sangue derramado de um cordeiro, que se cumpriu na cruz de Cristo; se Shavuot significa a colheita dos primeiros frutos, a partir de Yom Habikurim, apontando para a descida do Espírito Santo, o que Sucot estaria aludindo num contexto profético e espiritual? É essa revelação que estamos buscando!
Literalmente, no final da estação agrícola em Israel, logo no primeiro dia da festa (15 de Tishri), quando todos os produtos da terra fossem colhidos, a Torá nos mostra que deveríamos tomar frutos de árvores formosas, ornamentais (prietz hadar); ramos de tamareiras (kapot temarim); ramos de árvores frondosas (anaf etz abót); e salgueiros de ribeiras (arbei nachal); e, por sete dias, nos alegrarmos perante o Senhor, nosso Deus (Lv.23:40). Na minha visão, pri etz hadar aponta para ornamento, esplendor, honra, plenitude de glória e majestade; tamar prefigura firmeza; etz abót, aquilo que tem folhagem entrelaçada, frondosa, densa com folhagem, viçosa; e arbei nachal aponta para torrente, manancial, como leito de um curso d’água. Ora, não seria isso um chamado profético para que aquele que crê desfrute da graça do Senhor desde o primeiro dia da festa! Só Yeshua carrega em Si mesmo todos estes atributos! Ele é pleno de glória, de honra, majestade, é o Autor da vida e o manancial de águas vivas!
Não foi sem propósito que no último dia, o grande dia da festa de Tabernáculos (Hoshaná Rabá), levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo.7:37). Por que? Porque quem crer em mim [em Yeshua], como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (Jo.7: 38). Afinal, Ele é o manancial de águas vivas!
Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas de ramos, para que as vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus (Lv.23:42-43).
O que isso nos ensina? SAÍMOS DO EGITO, VAMOS ÀS TENDAS. PARA CHEGARMOS ÀS TENDAS, TEMOS QUE VIVER O MILAGRE DA TRAVESSIA – O MILAGRE DO ARREBATAMENTO! A VARA DE MOISÉS (Êx.14:16) APONTA PARA A TROMBETA DE DEUS (1Ts.4:16)! CASO CONTRÁRIO, FARAÓ VAI NOS ALCANÇAR! NA VERDADE, TENTOU, MAS NÃO FOI POSSÍVEL ENCONTAR ISRAEL! ISRAEL ESTAVA DO OUTRO LADO! NO CONTEXTO APOCALÍPTICO, O ANTICRISTO VAI PERSEGUIR OS QUE NÃO FOREM ARREBATADOS, OS QUE NÃO ATRAVESSAREM O MAR COM MOISÉS, OS QUE NÃO OUVIREM O SOM DA TROMBETA DE DEUS, OS QUE ESCOLHERAM FICAR NO EGITO! A IGREJA ESTARÁ DO OUTRO LADO!
Não podemos perder de vista que em termos espirituais o Egito simboliza o mundo! Isso é fácil de ser constatado quando percebemos a forma como o povo de Deus era tratado no Egito! E isso vem confirmar o texto de Apocalipse 3:10:
Como guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.
Ou seja, a igreja será guardada da grande tribulação, não escondida em bunkers ou esconderijos subterrâneos na terra, mas fora desse ambiente! Por isso a Igreja será arrebatada da terra!
SUBI-VÓS! Perceberam?
ISRAEL NO EGITO (A IGREJA NO MUNDO) – PESSACH (CRUZ) – SHAVUOT (POR ISSO SHAVUOT JAMAIS PODERIA TER SIDO COMEMORADA NO SINAI. SHAVUOT OCORREU ANTES DA TRAVESSIA) – ARREBATAMENTO (TRAVESSIA) – SUCOT (TENDAS)
Certamente para os judeus de um modo geral, tanto a Igreja quanto o Arrebatamento são referências bíblicas estranhas, embora não devessem ser! O capítulo 57 de Isaías (Is.57:1) começa assim:
Perece o justo [hb. neessaf hatsadik - os justos são retirados, reunidos na companhia de outros, removidos, ajuntados], e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal e entra na paz; descansam no seu leito os que andam em retidão.
Sucot está plena e diretamente associada ao fim dos tempos, profetizado por Daniel, quando o anticristo confirmará uma aliança obrigatória, forçada (hb. higbir berith) com muitos por uma semana. Aqui, entenda-se uma semana de anos como sendo um período de sete anos. Estamos falando de sete anos literais, em que a Igreja será guardada em Sucot, em abrigos temporários, livre da hora da tribulação que há de vir sobre o mundo (Ap.3:10), o tempo da septuagésima e última semana de Daniel (Dn.9:24-27)! Enquanto o mundo e Israel passarão por uma grande tribulação num período de sete anos, a Igreja viverá o tempo das Bodas e dos Galardões neste mesmo período! Israel, em grande aflição na terra (Jr.30:7); a Igreja, em festa e sucot no céu (Ap.19:1-10)! Essa é a realidade profética e espiritual que a literalidade de Sucot nos traz! Simultaneamente, ISRAEL EM GRANDE TRIBULAÇÃO (NA TERRA) – A IGREJA EM SUCOT (NO CÉU)!
Sucot se inicia com uma santa convocação, para um Jubileu último (Lv.23:40), quando todos os frutos da terra serão colhidos (Lv.23:39), ou seja, quando se der a plenitude dos gentios, descrito em Romanos 11:25! Assim, creio que Sucot é uma festa que se inicia no arrebatamento da Igreja (1Ts.4:13-17) e finda no Dia do Senhor, quando Ele voltar a Israel (Is.52:8; Rm.11:26)!
As quatro espécies de árvores simbolizam a Igreja – a Noiva – e nós somos os frutos dessas árvores! Se Yeshua carrega em Si mesmo todos os atributos das quatro espécies, por outro lado o Berith Chadashá diz que qual Ele, é somos nós neste mundo (1Jo.4:17-b)!
Sucot se configura ao som do shofar de Deus, conforme 1Ts.4:16-17:
Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
Agora eu consigo entender o mistério de Yom Teruah ou Yom Ha-Shofar! A Torá é tão tremenda, e o Deus da Torá tão maravilhoso, que Hoshaná Rabá, a Grande Festa, está prenunciada no sétimo mês (sete é o número da perfeição)!
Assim, começamos nova contagem [novo nascimento] em Nisã (mês 1 – Êx.12:1), comemoramos Pêssach (o sacrifício de Yeshua), passamos pelos pães ázimos, pelas Primícias, por Shavuot, mas o projeto de Deus é chegarmos à GRANDE COLHEITA, em Tishri (mês 7)! Ela se inicia à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus! Santa convocação! Teremos descanso! Esta é a prefiguração que devemos focar: No arrebatamento da Igreja!
Vejamos agora como o texto de Levítico 23:42-43 se encaixa profeticamente para a igreja!
Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas de ramos, para que as vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.
AS TENDAS DE RAMOS NOS AGUARDAM!
Deus estabeleceu um cronograma para alcançarmos a terra prometida, não na terra, mas no céu! Neste cronograma existem marcos, e estes marcos são as festas! As três festas peregrinas! Nessa ordem: Pêssach – Shavuot – Sucot, e não como a religião e o Talmud querem fazer parecer: Sucot – Pêssach – Shavuot – o que não faz qualquer sentido espiritual!
Shavuot, como Sucot, são festas originalmente agrícolas, recebidas como ordenanças a partir do Sinai! Pessach, originalmente, também celebrava o início da Primavera, no primeiro mês da colheita da cevada. Shavuot (festa das Semanas, da Colheita ou da Sega) fala da primeira colheita na terra e aponta para os primeiros frutos do Espírito. Sucot prefigura a colheita de todos os frutos, no fim da estação agrícola, e prefigura o arrebatamento da Igreja, quando se configurar a plenitude dos gentios, conforme Romanos 11:25! Mas, quem são estes frutos?
Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima (Tg.5:7-8) [ . . . ] ainda que alguns a tenham por tardia (2Pe.3:9).
A habitação de Israel em tendas no deserto aponta para Sucot. Sucot é provisório, temporário! Jerusalém Celestial é a nossa pátria eterna (Hb.11:13-16)! Espiritualmente falando, Cristo, as primícias, nossa Páscoa, o Cordeiro de Deus, já foi sacrificado por nós (1Co.5:7). E isso aconteceu num dia 14 de Nisã! O Senhor fez questão que Cristo fosse crucificado exatamente neste dia! Não foi dia 13 nem dia 15! Pessach é dia 14 de Nisã (Êx.12:6)! A festa de Shavuot ocorre 50 dias depois de Pêssach, e aponta para as primícias do Espírito que nos foram reveladas nas primeiras conversões, através de Paulo, Estevão, Pedro, João, os demais apóstolos, Barnabé, Tiago e Judas, irmãos do Senhor, Priscila e Áquila, Apolo, Lucas, Silas e tantos outros que se converteram ao Senhor quando houve a descida do Espírito Santo (At.2)! O Senhor tem cumprido Seu cronograma! Dois marcos, duas festas, já aconteceram! Falta uma festa, a terceira festa peregrina! Pessach e Shavuot já foram comemorados no Espírito! Falta Sucot! A estação agrícola está chegando ao fim, quando todos os frutos serão colhidos, para uma festa de sete dias, onde o primeiro e o oitavo dias serão de santa convocação! Quando o Senhor nos tirar do Egito (do mundo), habitaremos em tendas temporárias (Sucot) por sete dias! Cada dia por uma ano (Nm.14:34; Ez.4:7)!
Ninguém sabe o dia da vinda do Senhor, do arrebatamento da Igreja, mas as duas primeiras datas foram cumpridas literalmente! Por que a terceira festa não seria também? E certamente não vai demorar! Estamos no amanhecer do terceiro dia!
Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas vestes e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto, no terceiro dia, o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai . . . E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial (Êx.19:10;11;16).
Mas o amanhecer pode ser às 5:00 h, 5:10 h, 5:15 h. A gente não sabe! Estamos falando de uma festa de sete dias, que tem seu oitavo dia! O número oito na Bíblia aponta para algo que transborda: sete mais um! Oito pessoas foram salvas através da arca; são oito dias para o menino judeu sacramentar uma aliança com Deus! O número oito alude à eternidade, a uma aliança eterna entre Deus e o homem, mediada por Jesus! Isso é Shemini Atzeret!
Olhemos para Yeshua, Autor e consumador da nossa fé! Ele deu a vida por nós, Se fez maldição em nosso lugar para que nós estivéssemos na festa com Ele para sempre! Ele está preparando a festa para nós! E lá, Ele nos espera de braços abertos!
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (Jo.14:2-3).
Santificareis o ano quinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família (Lv.25:10).
Ora, não diz Filipenses 3:20 diz que a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo? É por isso que eu creio que este dia glorioso é em um ano de Jubileu, depois de um sétimo descanso da terra (shemitá), num 15° dia de Tishri. Mas a pergunta é: você sabe se estamos num ano shemitá (quando os religiosos ensinam que um ano começa em 1° de Tishri e termina em 29 de Elul, sendo que na Torá está escrito que o verdadeiro Hosh Hashaná é 1° de Nisã, e que o ano termina em 29 de Adar ou Vê-Adar nos anos bissextos)? Alguém pode afirmar onde está o próximo Ano do Jubileu no cronograma do Pai (hb. Shaná Yobel)? Só Ele sabe (Mt.24:36)!
CHAG SUCOT SAMÊACH
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