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Yom Teruah ou Rosh Hashaná? Yom Kipur, um ato supremo de Amor!

  • Foto do escritor: Rubens Szczerbacki
    Rubens Szczerbacki
  • 5 de set. de 2021
  • 9 min de leitura



YOM TERUAH

Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR (Lv.23:23-25).


Precisamos entender que o judaísmo atual, chamado de judaísmo rabínico - que apareceu uns 200 anos antes de Cristo - institucionalizou a figura dos fariseus, cujos mestres, conhecidos como chachamim (sábios), começaram a interpretar as Escrituras (que não é de particular interpretação, conforme 2Pe.1:20) e a formular uma lei oral, que desencadeou no Talmud. E sabemos o que a Torá nos diz em Dt.4:2 - Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando. Dessa forma, após a destruição do Templo em 70 d.C., o judaísmo farisaico tornou-se modelo para a grande maioria dos judeus, em Israel e fora de Israel. Os rabinos continuaram este trabalho. E com isso, a Torá foi completamente descaracterizada!


Um destes exemplos diz respeito àquilo que todos nós acostumamos a considerar como Rosh-Hashaná, que é traduzido como Cabeça do Ano.


Lv.23:23-25

Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.


VÊ IDABÊR YEHOVÁ EL-MOSHÊ LÊAMÓR.

DABÊR EL-BNÊI ISRAEL LÊAMÓR BACHODESH HASHVIYI BÊECHÁD LACHODESH HIHEIÊH LACHÉM SHABATÓN (sábado semanal de descanso) ZIKRÓN (recordação, memória, lembrança) TERUAH (aclamação, alarme, toque para marcha, grito de alegria) MIKRÁ KODESH (santa convocação).

Ora, Deus, em Sua sabedoria infinita, instituiu um cronograma, elaborado para que Seu povo entendesse o grande projeto por Ele desenhado, desde a escravidão no Egito até a eternidade na terra prometida! A ordem das festas não é aleatória! Absolutamente nada de Deus é aleatório! Tudo tem um propósito!

Vamos considerar as três festas peregrinas: PÊSSACH – SHAVUOT – SUCOT, em seu sentido agrícola. Em Pêssach (Nisã ou Abibe) colhemos a cevada; em Shavuot (Sivan), colhemos o trigo e os primeiros frutos, os primeiros figos; e em Sucot (Tishri) é o fim da estação agrícola, onde todos os frutos são colhidos! Mas com a mudança daquilo que nos ordena a Torá para o calendário rabínico elaborado no Exílio, temos a primeira festa coincidindo com o fim da estação agrícola! A cabeça do ano, ou seja, Rosh Hashaná se iniciando com o fim da colheita, o que distorce todas as promessas e revelações que o Senhor deu para Seu povo! Agora temos: SUCOTPÊSSACHSHAVUOT, que não faz qualquer sentido profético e corrompe todo o aspecto espiritual da Torá!

Êx.12:1

Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito: Este mês vos será o princípio dos meses; será o primeiro mês do ano.


VAIÔMER YEHOVÁ EL-MOSHÊ VÊEL AHARÓN BEÉRETZ MITZRAIM LEAMÓR: HACHODESH HAZÉH LACHÉM ROSH CHADOSHIM RISHÓN HÚ LACHÉM LEHADSHI HASHANÁ.

Então, quando é Rosh Hashaná? Em Tishri ou Nisã (Abibe)? O judaísmo rabínico considera o Rosh Hashaná, o Ano-Novo Judaico, uma festa que ocorre no primeiro dia do primeiro mês do calendário judaico e dizem que a Torá refere-se a este dia como Yom ha-Zikkaron ou Yom Teruah. Não! Não é verdade! A Torá diz que este dia é Yom Teruah, mas em nenhum momento diz que é RÔSH HASHANÁ! Em nenhum momento, o texto em Levítico diz que ROSH-HASHANÁ é o primeiro dia de Tishri!

Os rabinos dizem que em Rosh Hashaná comemora-se o dia da criação! Assim, se estamos em 5781 (até 6 de setembro de 2021), significa que Adão e Eva foram criados há 5781 anos! E nada sobre estes números são encontrados na Torá!

O próprio Senhor disse, conforme registrado em Marcos 7:10-13:


Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes [lei oral]; e fazeis muitas outras coisas semelhantes [como mudar calendário].



YOM KIPUR


Quando penso em Yom Kipur, minha mente é remetida ao texto de Levítico 17:11: Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. É o sangue que faz expiação pela vida! A vida, a alma, precisa ser expiada! Vida é alma (hb. néfesh)! Ela precisa ser coberta, purificada, reconciliada, expiada pelo pecado, propiciada, pacificada com Deus!


Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos (Rm.3:21-25).


A Torá estabelece um mandamento eterno:

E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês [Tishri], aos dez do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Porque, naquele dia, se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o SENHOR. É um sábado de descanso para vós, e afligireis a vossa alma; isto é estatuto perpétuo (Lv.16:29-31).


O Talmud estabelece uma série de proibições a fim de causar aflições à carne. É mais um grupo de leis específicas, do tipo não pode isso, não pode aquilo, ou seja, qualquer coisa que possa trazer prazer ao homem, fica proibido no Yom Kipur! Está pensando em sexo? Saiba que nesse dia a Halachá proíbe tal prática!

Em termos de constituição humana, o judaísmo não entende a tricotomia da mesma forma que o cristianismo. O judaísmo entende que os desejos humanos de fazer as coisas certas provêm da alma (hb. yétzer hatóv), enquanto os instintos têm origem no corpo físico (hb. yétzer hará). O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos (Rm.7:14-24), numa perspectiva cristã, diz: Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?


Aos Gálatas (Gl.5:17), ele escreve: Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. E então todo ano, aos 10 de Tishri, é o dia do sacrifício da alma, com respingos na carne! Ora, a Torá nos ensina que neste dia nenhum trabalho deve ser feito e uma oferta queimada deveria ser oferecida ao Senhor!


Para entender o que é uma oferta queimada ou holocausto, bem como as demais ofertas, sejam compulsórias ou voluntárias, eu preciso me debruçar sobre Levítico. Assim que começo a ler o primeiro capítulo, inevitavelmente meus olhos focam Yeshua! Deus chama a Moisés para ensinar o povo como trazer suas ofertas. Há uma lei espiritual para qualquer relacionamento que se pretende ter com o Senhor! Os olhos do Senhor estão sobre Cristo; a realidade do coração do Pai está no sacrifício do Filho e em Sua glória. O pano de fundo sempre será a cruz do Gólgota! Se não for assim, altere-se o texto da Torá, especialidade dos sábios! Eu passo a vislumbrar a graça de Deus quando leio que o ofertante trará um bezerro (se for de gado vacum[1]), macho sem defeito, à porta da Tenda da Revelação[2] (ou Tenda do Encontro ou Tenda da Congregação), para que ache favor perante o Senhor. E isso nos traz à tona a questão da graça, do favor imerecido, mesmo porque, no início, a lei das ofertas havia sido ministrada do Sinai; depois, porém, da Tenda da Revelação. Antes era o fogo da lei, parecendo existir um abismo entre Deus e o homem; agora, Deus parece falar mais de perto!

Então porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, e este será aceito a favor dele, para a sua expiação. Depois imolará o novilho perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está à porta da tenda da revelação (Lv.1:4-5).

Um vínculo entre a oferta e o ofertante é logo estabelecido quando este último impõe suas mãos sobre a cabeça do animal. Há um mistério nessa imposição de mãos. Não foi sem propósito que o apóstolo Paulo disse a Timóteo para não se precipitar em impor as mãos sobre alguém e não participar dos pecados dos outros, conservando-se puro (1Tm.5:22). Certamente Paulo tinha em mente a oferta pela expiação do pecado quando deu esta orientação a Timóteo. Geralmente as pessoas confundem este sacrifício com a oferta pelo pecado. Mas o ofertante não estava ali como alguém que quisesse fazer uma oferta pelo pecado, e sim, oferecer voluntariamente uma oferta a Deus! Tais ofertas, mesmo sendo voluntárias, de dedicação, não se relacionavam diretamente com o pecado, embora parecessem efetuar expiação por meio delas!

Penso que a oferta queimada é uma imagem nítida de Yeshua Se oferecendo ao Pai, fazendo Sua vontade, rendendo-Se a Ele, pois aqui havia um perfume de cheiro suave, o que não acontecia na oferta pelo pecado. Ou seja, a oferta queimada ou Holocausto reflete o conceito de Cristo fazendo a vontade de Deus, e não, levando o pecado da humanidade na cruz, embora esta também tenha sido vontade do Pai! A oferta queimada não apresenta a morte de Yeshua como Aquele que foi feito maldição em nosso lugar, mas como Aquele que Se torna cheiro agradável a Deus! (Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração, Sl.40:8). A ideia de levar o pecado não aparece na oferta queimada! Posso com isso crer e afirmar que antes de Se tornar maldição em nosso lugar, de Se fazer pecado por nós, Ele Se entrega totalmente ao coração do Pai! É como se pudéssemos criar um cronograma espiritual e afirmar que antes de ser determinado pela Divindade que Cristo levaria nossos pecados na cruz, primeiramente Ele Se submeteu totalmente a fazer a vontade do Pai. Colocar as mãos sobre a cabeça significa identificação entre Cristo e o homem. O que se ajunta com o Senhor é um espírito com Ele (1Co.6:17)!

Então, uma das grandes diferenças entre a oferta queimada e a oferta pelo pecado, é que na oferta queimada, o foco de Cristo não está em demonstrar ao Pai como o pecado é abominável, mas mostrar Sua submissão e espirito voluntário, fazer a Sua vontade e de que forma isso, na cruz, gerou incenso agradável a Deus! Aqui não está em cena a questão da ira de Deus, mas Seu prazer em ver para Si a dedicação total do coração do Filho em agradá-Lo. A propósito, os talmúdicos, rabinos, ortodoxos, chassídicos etc. têm cumprido Vayikrá 23:27?

Mas, afinal, por que motivo bastaria levar uma oferta queimada ao Senhor no Yom Kipur? Por que não se fala em oferta pelo pecado? Porque Yeshua cumpriu todo o propósito do Yom Kipur! Entrou com sangue, Seu próprio sangue! Afligiu Sua alma com sacrifício e dores terríveis naquele lugar de maldição, fazendo-se maldição em nosso lugar (Gl.3:13), para que nós não precisássemos afligir as nossas! Yom Kipur, hoje, é apenas um memorial da cruz de Cristo, para todo aquele que crê no Seu sacrifício! Deveria se tornar em dia de ação de graças porque Ele fez expiação por nós! E só assim, celebraremos este Shabat Hagadól como descanso solene[3]. Ele é o nosso verdadeiro e único Shabat!

Para justificar a inexistência do templo, destruído em 70 d.C., os sábios concluíram que a Torá se tornou obsoleta! Então Yehuda Hanasi e a companhia de tanaim[4], decidiram que uma vez não tendo templo, poderiam substituir o sangue do sacrifício por um processo de introspecção, reflexão, oração e arrependimento, conhecido como teshuvá, que significa arrependimento. De acordo com a Mishná, o processo de teshuvá sozinho seria suficiente para atingir expiação para transgressões consideradas leves. Para transgressões mais sérias, a teshuvá suspende a punição até que Yom Kipur chegue e se atinja a expiação! Pronto! Os sábios decidiram! E alguém, então, me defina o que são pecadinhos e pecadões! O que é pecado para a morte e pecado que não é para a morte! Mas não está escrito em Levítico que somente o sangue fará expiação pela vida[5]? Como então puderam alterar tal ordenança de Deus expressa na Torá, dando o mesmo peso espiritual do sangue a uma meditação?

Voltando à questão do apóstolo Paulo: Quem o livraria do corpo daquela morte?

[1] Os bois, bezerros, vacas, vitelas, touros e novilhos. [2] Moisés costumava montar uma tenda do lado de fora do acampamento e a chamava de Tenda do Encontro (Tenda da Congregação ou Tenda da Revelação). Todas as pessoas que tinham uma questão para formular a Yahweh dirigiam-se à Tenda do Encontro, que ficava armada fora do acampamento. (Ex.33:7) [3] Lv.23:32 [4] Sábios rabínicos (c. 30-200) cujas interpretações estão registradas na Mishná. [5] Lv.17:11

 
 
 

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